domingo, 25 de maio de 2014

Especialistas apontam riscos e vantagens de comprar ou alugar imóvel

Alugar ou comprar um imóvel envolve muitas variantes e requer uma ampla análise. Além dos processos administrativo e jurídico, é preciso ter em mente algumas questões.

O imóvel se adequa às suas necessidades e à sua renda? Nos próximos anos, há alguma possibilidade de você mudar de cidade, Estado ou país? Se precisar vender a casa enquanto paga as parcelas, consegue recuperar o valor investido? As prestações ou o aluguel são muito salgados e consumirão gastos com lazer, bem-estar e qualidade de vida? O local é apropriado, vai valorizar?

"Não pode ser uma decisão por impulso, é preciso se informar e buscar orientação",diz José Augusto Viana, presidente do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). Veja nesta página a opinião dele e de mais nove especialistas no assunto.

JOSÉ AUGUSTO VIANA

Presidente do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis)

"O dinheiro investido em imóveis pode render 12% ao ano, mais a valorização do local, que varia de caso a caso. É um ótimo investimento na comparação com os demais. A renda é superior aos juros e ainda tem a valorização. Se a pessoa tem condições de investir e tem uma boa renda, o ideal é comprar um apartamento de R$ 200 mil a R$ 250 mil, mais populares, em boa localização. São imóveis escassos para aluguel e alcançam rendimentos altíssimos. Imóveis de valores mais altos são mais difíceis de alugar."

JOSÉ DUTRA VIEIRA SOBRINHO

Conselheiro do Corecon (Conselho Regional de Economia de São Paulo)

"Nos três últimos anos, a valorização do imóvel financiado foi brutal. Acredito que muitos que optaram pelo aluguel, nesse tempo, tenham se arrependido. As taxas nunca foram tão baixas e os prazos nunca foram tão longos para financiar um imóvel, chegando, agora, a 35 anos. Além disso, há a motivação do patrimônio: o que a pessoa está pagando é dela, não é um dinheiro perdido. Mas é preciso analisar a situação, principalmente se a opção for pela compra na planta e o primeiro bem do comprador. Se ele está no aluguel e tem dívidas, é preferível comprar um imóvel pronto, já que poderá usufruir imediatamente do negócio, seja morando ou alugando o imóvel."

JOSÉ URBANO DUARTE

Vice-presidente de governo da Caixa Econômica

"O financiamento permite antecipar a realização de uma necessidade ou de um desejo. A taxa de juros é o custo desta antecipação. Quanto menores os juros, melhor, sob o ponto de vista de quem está se valendo da alternativa do financiamento. No caso do financiamento imobiliário, a taxa de juros é a menor do sistema nos últimos anos. E os prazos, os maiores. E ainda há a forma como a prestação é calculada e cobrada. Ela decresce na medida que o tempo vai passando, comprometendo cada vez menos o orçamento do cliente, da família. O momento é favorável, e os clientes têm se valido disto. Em 2012, por exemplo, eles deverão financiar compras de seus imóveis numa escala superior a 25% do que foi feito em 2011. Juros menores e prazos maiores permitem realizar aquela necessidade comprando imóveis melhores e/ou em condições mais vantajosas."

FLÁVIO PRANDO

Vice-presidente de habitação do Secovi-SP (sindicato de habitação)

"Os imóveis tiveram uma valorização importante que tem mais a ver com uma recuperação do que, propriamente, com a alta de preços. Houve uma estagnação entre o final da década de 1990 e no período de 2006/2007, na cidade e região metropolitana de São Paulo, quando os valores ficaram muito aquém da inflação. Agora, atingiram um patamar adequado e a tendência é uma valorização de 5% a 10%. Temos uma cidade onde a matéria-prima dos lançamentos imobiliários, que são os terrenos, é extremamente escassa. E há a questão do zoneamento, que desde 2003 tornou-se muito mais restritivo, o que reduz o potencial construtivo nesses terrenos. Consequência: a oferta de imóveis em São Paulo é inferior à demanda, o que gera uma pressão permanente nos preços, especialmente nos bairros mais procurados --aquele anel em volta do centro, que compreende Jardins, Itaim, Pinheiros, Brooklin, Vila Olímpia etc. Com a escassez de terrenos baldios, qualquer novo empreendimento paga um preço muito alto para remover a construção já existente, demolida e não aproveitada, para a obra partir de um espaço limpo. Resumo da história: no ponto de vista do Secovi, tendo oportunidade e valor de entrada (que está bastante reduzido, entre 10% e 15%), vale muito a pena financiar um imóvel com juros menores e prazos maiores. Dessa forma, o valor do financiamento se assemelha ao valor do aluguel. É mais inteligente comprar, pois o financiamento acaba e o imóvel valoriza."

ALEXANDRE N. SOARES

Advogado, responsável pelo escritório da ABMH (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação) em São Paulo

"Não há como se afirmar 'a priori' se é mais vantajoso alugar ou financiar. Existem muitas variáveis envolvidas (taxa de juros aplicada no contrato de financiamento, valor da locação, renda familiar, disciplina e controle de gastos etc). No entanto, na maioria dos casos, se a família for disciplinada e conseguir poupar, mesmo que more num imóvel locado --com valor condizente com a sua renda--, talvez torne-se mais vantajoso aguardar para comprar à vista o sonhado imóvel próprio, mesmo tendo em vista a queda acentuada da taxa de juros. Depende do caso concreto."

SAMY DANA

Professor da Escola de Economia da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas)

"Comprar um imóvel ou continuar pagando aluguel? Esse é o dilema de muitos brasileiros. Porém, essa decisão precisa ser tomada depois de uma ampla análise. O corte das taxas de juros cria um benefício que deve ser dividido entre consumidores e construtoras. A forma que as construtoras têm para se apropriar desse benefício é através do aumento dos preços dos imóveis, propagandas e um batalhão de corretores tentando fazer o consumidor acreditar que a oportunidade é 'única'. Vale lembrar que quanto mais os preços aumentarem, menor será a 'fatia' que sobra para o consumidor. Se for comprar um imóvel, tenha certeza que o preço que está pagando é razoável, não se deixe levar por impulso ou pelas aparentes barganhas em taxas. Tome cuidado para não deixar sua parte do bolo nas mãos do faminto setor imobiliário. Exemplo prático para uma pessoa que pretende comprar um imóvel de R$ 450 mil e tem R$ 180 mil de entrada e, por enquanto, paga aluguel no valor de R$ 1.500. Há duas opções: 1) A primeira é aplicar os R$ 180 mil no Tesouro Direto e fazer aplicações mensais de R$ 1 mil durante todo o período. Após os 30 anos, ela terá R$ 2,008 milhões. 2) A outra opção teria sido dar a entrada de R$ 180 mil e financiar os R$ 270 mil restantes. Durante 30 anos, essa pessoa terá que pagar R$ 2.500 ao mês para ter o imóvel. Ao final do período, o imóvel será seu e lhe custará R$ 900 mil."

JOÃO DA ROCHA LIMA JUNIOR

Professor titular de Real Estate da USP (Universidade de São Paulo)

"A taxa de juros dos financiamentos estão acima da taxa referencial de juros. Enquanto você pode financiar a compra de um imóvel à taxa de 9,5% ano + TR, o que, na média pode representa um custo do financiamento de 10 a 11% ano, a renda de aplicações conservadoras pode estar no limite do CDI, que é de 8,5%. E caindo. Lembre que esses 8,5% devem ser cortados de 22,5% de imposto sobre a renda, resultando em 6,59%, dos quais ainda se extrai 1 ponto para administração se se tratar de aplicação em fundo de investimento. Então, aplicar recursos a 5,6% liquido anual contra financiamento a 11% não tem sentido. Se adicionarmos o custo do aluguel, na solução não comprar, retiramos mais alguns pontos dos 5,6% ano, ou eventualmente toda a renda líquida será consumida no pagamento do aluguel. Se o investidor tem recursos líquidos e precisa da residência, deve comprar. As aplicações para alugar imóveis residenciais representam pagar preço no auge do mercado, esperando uma renda que pode girar ao redor de 7% ano, com 27,5% de imposto sobre a renda, o que resulta líquido pouco mais de 5%, fora o custo dos vazios. Já aplicações em imóveis comerciais de alta qualidade abrigados em fundos imobiliários pode render ao redor de 8,5% ano, já descontados os custos de administração e as flutuações com vazios. A renda dos FII (Fundo de Investimento Imobiliários) é isenta de imposto sobre a renda para a pessoa física em situações particulares."

CLAUDIO BORGES

Diretor de crédito imobiliário do Bradesco

"Fiz um comparativo entre duas situações: um cliente comprando um imóvel de R$ 200 mil, financiando R$ 160 mil em 360 meses, e a hipótese desse mesmo cliente alugar um imóvel de R$ 200 mil, pagando um aluguel mensal de 0,8% do valor do bem. A primeira prestação do cliente (R$ 1.733) está muito próxima do valor do aluguel, porém no decorrer do tempo ela vai caindo e ao final de 30 anos, mesmo com uma TR estimada em 0,4% ao mês, o cliente concluirá o pagamento de sua prestação na ordem dos R$ 542.

Ao contrário da prestação do crédito imobiliário, o aluguel sobe anualmente pelo IGP-M cumulativamente. Considerando um IGP-M conservador, de 5% a.a., verificamos que o aluguel, que era inicialmente de R$ 1.600, com o reajuste anual capitalizado, chega ao final de 30 anos na ordem de R$ 6.915. O segundo sonho de uma pessoa que está financiando um imóvel numa faixa etária média de 35 anos, ao final dos 30 anos de financiamento, é estar aposentada. Pela realidade brasileira, a expectativa é que ela tenha uma renda comparativa ao se aposentar muito menor que a sua renda atual. Neste caso, a prestação do crédito imobiliário reduzindo-se ao longo do tempo atende essa necessidade de um custo menor de moradia, pois na medida que o tempo vai passando, sua prestação vai se tornando cada vez menor. No aluguel, a curva é inversa, o que vai impactar numa redução contínua da capacidade de poupança e de se preparar para a aposentadoria. Considerando um financiamento de R$ 160 mil, taxa de juros de 9,5%, a.a. + TR de 0,04% ao mês, ao final de 30 anos o cliente terá desembolsado a quantia de R$ 433.911. Para quem pagou o aluguel de um imóvel de R$ 200 mil, ao final de 30 anos, terá desembolsado a importância de R$ 1,27 milhão, ou seja, o valor equivalente a três financiamentos imobiliários e ainda não terá a propriedade do bem. Ao pagar uma prestação de crédito imobiliário, o cliente faz um investimento em um bem que um dia será seu."

ROSELI HERNANDES

Diretora comercial da Lello Imóveis

"É preciso fazer contas para ver o que é mais vantajoso. Analisar o que você tem de capital e investigar se vale a pena aplicar ou dar entrada num financiamento imobiliário. Tenho clientes que compraram um imóvel na periferia e se mantiveram em outro alugado, num bairro mais nobre, por estarem mais próximos de trabalho, facilidades e família. O sonho da casa própria foi realizado, sem, necessariamente, a família ter de morar nele. E a nova lei do inquilinato garante menos conflitos. O inquilino procura ser respeitador, até porque hoje ele tem mais garantias, e o proprietário, por sua vez, tem interesse de manter o bom inquilino. Por outro lado, na compra, há dois tipos de financiamento: na planta, onde o comprador tem as parcelas semestrais, mas só começa a pagar o financiamento nas chaves --uma compra mais de impulso-- e com o imóvel pronto, em que ele é obrigado a estar mais preparado, pois tem que ter, no mínimo, 20% do valor do bem para dar de entrada. Em compensação já pode se beneficiar imediatamente da sua compra."

JOSÉ PEREIRA GONÇALVES

Economista e especialista em mercado imobiliário

"A casa própria é a principal transação feita durante toda a vida. Por isso é importante que a decisão seja tomada considerando todos os aspectos para que o sonho não venha a se tornar um pesadelo. Antes de comprar é fundamental ter certeza de que a possibilidade de haver mudança para outro local, motivada por emprego ou outra decisão qualquer, é mínima. Se existir essa possibilidade, o mais recomendável é alugar, pois a compra requer um investimento muito elevado. Se a decisão for pela compra, é importante ter certeza de que o imóvel atende suas necessidades de tamanho, aspirações e se está bem localizado. Na compra em que se dispõe de recursos, deve-se avaliar o montante necessário para ser à vista: sobrará dinheiro para atender uma emergência? Há recursos suficientes para cobrir todos os custos com a mudança, realizar reforma, comprar os móveis necessários, pagar os impostos devidos na transação?

Na compra com financiamento, é preciso considerar a taxa de juros razoável e o prazo contratado). Em relação a isso, vale refletir se compensa um prazo muito longo. Na maioria das situações, o prazo deve ser encarado como uma forma de obter uma prestação que naquele momento caiba na renda sem deixar o comprador muito sufocado. Ao longo do tempo, ele poderá realizar amortizações e reduzir esse prazo, pois durante esse tempo ele acumulará poupança ou, dependendo da operação, poderá utilizar recursos de sua conta do FGTS para realizar essa amortização. Vale destacar que o aluguel é uma despesa que a pessoa tem por estar utilizando um imóvel que não é de sua propriedade. A prestação, por sua vez é um investimento que a pessoa faz para adquirir um bem. O financiamento é uma forma de a pessoa antecipar a compra de um bem cuja aquisição à vista exigiria um prazo muito longo de poupança."

Fonte: Folha

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Saiba o que fazer ao notar problemas decorrentes da obra vizinha

O Globo online, Morar Bem, 15/mai

As crateras abertas em Ipanema no último fim de semana no local onde acontecem as obras do Metrô chamaram, mais uma vez, atenção para um assunto que não é novo. O embate entre proprietários de imóveis, antigos ou não, e as novas construções ou obras na vizinhança. E a cidade está cheia delas. Não raro, aqueles que já vivem no local onde uma nova obra começa percebem rachaduras ou sentem o prédio tremer quando há escavações mais profundas como, aliás, já vinha acontecendo na própria Rua Barão da Torre. Mas o que fazer nessa situação?

A primeira medida é procurar a Defesa Civil municipal, que aqui no Rio atende 24 horas tanto pelo 199 como pelo 1746. Embora alguns moradores de Ipanema tenham afirmado já ter procurado o órgão antes mesmo das crateras se abrirem. "Se o morador detectar trincas em pilares, vigas e lajes e rachaduras em paredes, deve entrar em contato imediatamente com a Defesa Civil para receber orientações dos técnicos e solicitar vistoria. Os atendentes do 199 são capacitados para acionar imediatamente as equipes da Defesa Civil em situações emergenciais. Para outros casos, orientam os moradores e agendam vistorias", informou a assessoria de imprensa do órgão.

O procedimento vale, inclusive, para regiões de Apac e se os danos ocorrerem em imóveis tombados. Nesse caso, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, que cuida das Apacs e imóveis tombados a nível municipal, também deve ser avisado. Mas a tarefa cabe à própria Defesa Civil, que após fazer uma avaliação estrutural do imóvel e verificar que ele tem proteção histórica, deve encaminhar pedido de vistoria ao órgão. Já se o tombamento for federal e tiver sido feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), o morador pode comunicar o problema diretamente.

"O proprietário conta com nosso total respaldo, em termos de consultoria, vistoria, embargo e outras medidas que se façam necessárias com relação à prefeitura ou ao autor da obra", disse por e-mail a assessoria de imprensa do Iphan no Rio.

Vale lembrar, contudo, que para realizar qualquer obra em regiões de Apac ou de imóveis tombados, é preciso ter a aprovação prévia dos órgãos de proteção, que farão uma vistoria antes mesmo do início das obras para saber se há riscos de danos estruturais nos bens tombados.

Vistorias cautelares e periódicas devem ser feitas também em casos de grandes construções que possam provocar danos aos imóveis do entorno, sejam elas públicas ou privadas, informa a Defesa Civil. Nesse caso, cabe aos responsáveis técnicos da obra fazerem essa fiscalização para identificar as condições dos imóveis vizinhos antes da execução, além do monitoramento constante das edificações e assistências aos moradores.

- Quando a obra é pública, é razoável que o técnico compareça, até mesmo para tranquilizar os moradores e atestar que não há risco. Agora, a Defesa Civil deve ser chamada, ainda que não haja risco, até mesmo para o técnico dizer isso - diz o advogado Hamilton Quirino, acrescentando ainda que em caso de persistência na dúvida, é possível ainda pedir um laudo particular.

Nesse caso, o serviço será pago, claro. Mas a dica, lembra o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), é procurar um engenheiro registrado no Crea e, para maior segurança, pedir a Certidão de Acervo Técnico (CAT) do profissional. Responsável pela fiscalização do exercício profissional, a entidade também costuma atuar em obras de grande porte quando há algum problema como no caso da Barão da Torre.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Preço de imóvel sobe mais que a renda

Estudo mostra que a compra de um imóvel ficou mais difícil nos últimos anos porque se distanciou da evolução da renda média dos brasileiros.
O preço dos imóveis residenciais subiu tanto, que nem o crescimento da renda dos brasileiros e a melhora nas taxas e nos prazos do financiamento nos últimos anos foram suficientes para evitar a deterioração do poder de compra dos consumidores. Na prática, comprar um imóvel ficou mais difícil, como mostra pesquisa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) elaborada a pedido do ‘Broadcast’, serviço em tempo real da ‘Agência Estado’.
O estudo compara a evolução do preço das moradias nas maiores capitais brasileiras com a renda da população, as taxas de juros e os prazos do financiamento imobiliário entre os anos de 2006, quando teve início o boom do setor, e 2013. A conclusão é que de houve uma perda em torno de 21% no poder de compra, o que tornou o imóvel caro para boa parte dos consumidores e exigiu revisão da estratégia de venda das incorporadoras (mais informações nesta página). Em 2013, os preços começaram a desacelerar, com altas menores que a inflação. Em 2014, a alta dos imóveis perde para a inflação.
Em uma simulação, a pesquisa observa as condições para compra de uma unidade de 82 metros quadrados avaliada em R$ 200 mil em 2006, valores médios de referência da época. A unidade subiu 229%, chegando a R$ 658 mil em 2013. Uma família interessada em financiar a compra em 2006 precisava apresentar renda mensal de pelo menos R$ 7,7 mil para ter o empréstimo bancário aprovado. Já em 2013, após a disparada nos preços, a renda exigida pulou para R$ 17,6 mil.
Renda. O problema é que a renda da população não acompanhou a subida dos preços. A família que ganhava R$ 7,7 mil por mês em 2006 passou, em média, para R$ 13,9 mil no fim de 2013. Com esse dinheiro, comprar o imóvel de 82 m² ficou inviável. No máximo, caberia no bolso outro de 64,6 m², uma queda de 21,2% no poder de compra.
A perda no poder de consumo ocorreu mesmo com a melhora nas condições do financiamento. A taxa média de juros do crédito imobiliário caiu de 10,3% ao ano em 2006 para 7,88% no fim de 2013. No período, o prazo de quitação dos empréstimos passou, na média, de 200 meses (16,6 anos) para 358 meses (29,8 anos).
“Essa perda obriga o comprador do imóvel a poupar mais para dar a entrada na compra. Então o negócio acaba sendo fechado bem mais tarde”, afirmou o coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário da Poli/USP e coautor da pesquisa, João da Rocha Lima. Na simulação, a entrada de 30% do valor do imóvel em 2006 era igual a R$ 60 mil, ou o equivalente a 7,7 meses de renda da família. Já em 2013, a entrada passou a ser de R$ 197,4 mil, ou o equivalente a 11,2 meses de renda da família. “Comprar um imóvel ficou mais difícil porque é preciso mais tempo de poupança”, disse Lima.
Para o vice-coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário da Poli e coautor do estudo, Claudio Alencar, houve um desajuste no mercado. “Com crescimento da renda e da oferta de crédito, as pessoas deveriam, em tese, ter ganhado poder de compra, mas elas perderam”, afirmou. “Isso indica que os preços cresceram de modo acelerado, criando um desequilíbrio.”
Fonte: O Estado de S. Paulo
Preço de imóvel sobe mais que a renda

domingo, 4 de maio de 2014

Quase sempre é necessário abaixar preço do imóvel para conseguir vender


Dados mostram que o preço certo pode reduzir o tempo de venda de um imóvel consideravelmente.
Quanto tempo um imóvel demora a ser vendido? Dados do PROLIST, plataforma MLS de mercado imobiliário, apontam que o tempo médio para a venda de um imóvel nas principais capitais do país é de 96 dias.
No entanto, devido à falta de informações mais precisas no mercado, os valores anunciados não estão bem alinhados com os valores que os compradores estão, efetivamente, dispostos a pagar.
Para as ofertas listadas na MLS, por exemplo, o tempo mínimo para a venda de um imóvel foi de 81 dias, mas eles tiveram que oferecer um desconto no preço inicial de cerca de 10%. Nas ofertas com mais de 120 dias de listagem a redução foi de, no mínimo, 3,95%.
Esse "desentendimento" entre o preço dos imóveis e o quanto os compradores querem pagar tem gerado uma espera de mais de três meses – em alguns casos até mais de seis meses – para vender um imóvel e, mesmo assim, ainda é necessário negociar para adequar o valor de venda, que raramente é finalizada no preço normal. 
Esses dados botam mais lenha à discussão sobre o preço dos imóveis no Brasil. Embora muitos acreditem que exista uma bolha imobiliária em formação no Brasil, há muitos outros que advocam contrariamente à essa tese – e dizem que os preços apenas tiveram forte valorização ou não por conta uma desvantagem histórica. 
Fonte: InfoMoney

domingo, 20 de abril de 2014

Novas regras para reformas: confira o que muda e qual a importância

ABNT cria novas regras para evitar acidentes em obras. Condômino tem que apresentar plano de obra
Nesta sexta-feira, 18, entra em vigor a nova norma com regras para reformas. Publicada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o documento apresenta um roteiro de procedimentos que devem ser seguidos nas obras dentro e fora dos imóveis. O objetivo desta decisão é oferecer mais segurança às reformas realizadas em edifícios.
Toda reforma deverá ser autorizada (Foto: Thinkstock)
Os moradores de prédios, por exemplo, deverão enviar ao síndico um planejamento detalhado com o nome da empresa contratada e a duração. Além disso, o síndico terá o poder de autorizar ou proibir procedimentos que forem considerados de risco a edificação ou aos vizinhos. Porém, isso só ocorre com a validação de um engenheiro ou de um arquiteto, que deverá assinar o plano de obra.
“Teremos um maior profissionalismo na execução de reformas. O próprio público começa a enxergar com outros olhos a importância e necessidade de trazer profissionais qualificados de uma empresa especializada que garante a qualidade do serviço, conta René Conter, engenheiro civil e diretor da rede Rei da Reforma.
A norma 16280 da ABNT vale como recomendação e o cumprimento obrigatório ainda depende de análises políticas locais. De toda forma, a instituição da regra, segundo os especialistas, vai amparar legalmente moradores, síndicos e funcionários dos edifícios no caso de problemas com as pequenas reformas.

domingo, 13 de abril de 2014

Veja dicas para não errar na hora de reformar sua casa

Obra mal planejada pode desvalorizar o imóvel
É importante contratar empresa especializada em obras e não ter muitos fornecedores (Foto: Thinkstock)
É importante contratar empresa especializada em obras e não ter muitos fornecedores (Foto: Thinkstock)
O momento de reformar a casa ou apartamento requer paciência e planejamento. As necessidades da obra precisam ser bem pensadas, mas a falta de tempo e dinheiro podem fazer com que as coisas não saiam da melhor maneira.
De acordo com a designer de interiores, Marilia Veiga, o mais correto é pensar de uma forma mais ampla, do começo da reforma até a decoração final. Muitas pessoas acabam contratando um pedreiro e tomam decisões de forma aleatória no decorrer da obra.
O ideal é fazer um projeto com preço fechado incluindo mão de obra, material e prazo de entrega determinado. É recomendado que tenha um contrato de prestação de serviços com descrição. Muitas vezes a última parcela de pagamento está atrelada a entrega final.A primeira dica importante é contratar um profissional especializado. “Contrate empresa especializada em reformas, que ao menos tenha um engenheiro e que assine a responsabilidade técnica de execução para ter garantias”, alerta Marilia.
Já os arquitetos Érika Linardi e Luiz Marcon dizem que o maior problema para realizar uma obra em apartamento é quando se encontra um pé direito baixo. Por isso, a instalação de gesso rebaixado fica inviável, pois diminui a amplitude do ambiente.
“A quantidade de revestimentos precisa ser calculada com uma folga para recortes e sobras. Muitas vezes quando não respeitamos a margem de 15%, faltam peças”, afirmam os arquitetos.
O gesso deixa o ambiente mais bonito, mas precisa ser bem estudado para não diminuir a amplitude do espaço (Foto: Marilia Veiga)
O gesso deixa o ambiente mais bonito, mas precisa ser bem estudado para não diminuir a amplitude do espaço (Foto: Marilia Veiga)
Hoje as empresas costumam construir prédios com apartamentos menores. Com isso, a ideia de quebrar paredes surge na cabeça das famílias. E isso pode ser uma boa alternativa para ter uma qualidade de vida melhor.
“Na minha opinião, as pessoas tem que moldar o imóvel a sua forma de viver. Se for o caso, refaça a parede na hora de vender, mas não passe três anos vivendo num imóvel limitado por essa situação. O nosso dia a dia é a coisa mais importante que temos. Nossa casa tem que ser aproveitada ao máximo”, sugere Marília.
Outro erro comum é a falta de reparos no imóvel. “A manutenção do apartamento precisa ser feita a cada três anos. O ideal na hora de vender um imóvel é deixa-lo com uma boa aparência e bom funcionamento. Andares mais altos sofrem com rachaduras devido a movimentação e acomodação do edifício”, diz Luiz.
Decoração – A parte decorativa do imóvel também entra em questão durante uma obra. Na opinião de Marilia, a falta de proporção entre os móveis se torna um problema grave. “Tem muita gente que compra o mobiliário apenas pelo preço, mas o móvel acaba ficando grande ou pequeno no ambiente”, alerta a designer de interiores.
Uma obra precisa ser pensada desde o início da reforma até a fase final de decoração (Foto: Marilia Veiga)
Uma obra precisa ser pensada desde o início da reforma até a fase final de decoração (Foto: Marilia Veiga)
Outro erro que pode comprometer o visual da casa é a iluminação, que é importante para dar vida ao espaço. A decoração precisa estar em harmonia com a casa e tudo deve ser pensado em conjunto, que inclui o revestimento, cor da parede, tecidos, papel de parede e objetos decorativos.
“A iluminação, por exemplo, tem que estar de acordo com a disposição do mobiliário. Então, não adianta fazer os pontos de luz sem saber que tipo de móvel vai ocupar o espaço”, afirma Marilia.
As cores dificilmente desvalorizam o apartamento, mas pode ser um ponto negativo na hora da venda, caso o futuro comprador prefira cores neutras. “Se você planeja alugar ou vender o imóvel, pinte as paredes com cores claras. Além de ampliar os espaços, a pessoa visualiza melhor o ambiente”, completa Érika.
A cor não influencia no valor do apartamento, mas pode impactar na hora de vender (Foto: Thinkstock)
A cor não influencia no valor do apartamento, mas pode impactar na hora de vender (Foto: Thinkstock)

Insira esteiras de praia na decoração

Confira as dicas de dois arquitetos sobre onde e como usar
Para os amantes de praia, nada como trazer um pouco deste clima para a decoração. As esteiras são modernas e versáteis e podem ser utilizadas na cor natural ou tingidas.
Esteira nas cortinas e no tapete (Fotos: Divulgação)
Na opinião do arquiteto Augdan de Oliveira Leite, há esteiras muito bonitas que ele usaria até para revestir uma parede. “É possível descolorir a esteira para que fique com tom de barbante, o que fica bem natural. Fica bom para uma casa mais rústica ou de praia”, explica.
“Nas paredes, a cada emenda de esteira você pode colocar uma ripa de madeira. Fica bonito”, aconselha.
No entanto, ele alerta que é preciso fazer limpeza constante na esteira por causa de insetos. A arquiteta Thais Lacialamella recomenda limpar com um espanador, um aspirador ou uma flanela seca.
“Já vi esteiras até no teto. Foram colocadas as vigas principais, forrou-se o teto com a esteira e foi feito o fechamento com as ripas e depois o telhado”, diz Augdan. Outra sugestão do arquiteto é fazer um painel para a parede ou usar a esteira para fazer o fechamento de um ambiente, como cortina.


A esteira pode ser usada na cor natural para deixar o ambiente rústico. Para criar um clima mais arrojado, pode-se pintá-la de branco. “No fundo deve ser feita impermeabilização e depois se passa a tinta. Dura uns 12 anos, desde que não tenha umidade na parede”, alerta o arquiteto.
Esteira usada para reformar móvel antigo
Além da esteira de praia, Thais explica que há empresas que utilizam a palha como matéria-prima de seus revestimentos. Ela pode ser natural ou sintética. “O efeito é o mesmo, mas com mais opções”, avisa.
Painel de palha dá charme ao quarto
Segundo Thais, a palha pode ser utilizada para revestimentos em geral, como papel de parede, muros, piso de varanda, teto, abaixo de cobertura de vidro, móveis e vasos. “Ou também como cortina, suporte para vasos de parede, cabeceiras de camas, tapetes ou caminhos de mesa”, diz. Segundo ela, qualquer destas formas de uso dará maior integração do ambiente com a natureza.

Renove a decoração da sua casa gastando pouco dinheiro

Confira dicas simples e fáceis para deixar a casa mais acolhedora e charmosa

A correria do dia-a-dia e as contas para pagar geram, por vezes, falta tempo e dinheiro para se pensar na decoração da casa. Porém, com algumas dicas simples e rápidas, qualquer pessoa pode deixar o lar mais aconchegante e alegre, e o melhor: gastando pouco dinheiro.
Uma das formas mais fáceis e rápidas para dar um toque de requinte na casa é usar flores. Vasos transparentes pedem espécies vibrantes, mesmo em um local mais sóbrio. Para ambientes com mais cor, é bom utilizar apenas um tipo de flor. Já nos mais “cleans”  é possível utilizar diversos tipos e de várias cores.
Flores são bem-vindas em quase todos os cômodos. O importante é limpar o recipiente e trocar a água com frequência (Fotos: ThinkStock)
Flores são bem-vindas em quase todos os cômodos. O importante é limpar o recipiente e trocar a água com frequência (Fotos: ThinkStock)
Outra dica é a compra de almofadas e prateleiras.  Almofadas coloridas, estampadas ou com mistura de tons, dão um ar requintado ao ambiente, deixando-o acolhedor e diferenciado. E as prateleiras levam geometria ao local, tornando-o mais chique, além de ser um objeto útil.
Almofadas dão um ar requintado ao ambiente
Almofadas dão um ar requintado ao ambiente
Ainda na linha de objetos geométricos, os quadros de foto são artigos de decoração baratos e bonitos. Bem utilizados, eles podem transformar um ambiente em uma mostra de momentos pessoais, se tornando ainda mais receptivo. Pequenos espelhos também ajudam nestas questões.
Porta retratos tornam os ambientes mais receptivos
O arquiteto André Bove, da empresa Raduan Arquitetura, dá algumas outras dicas para mudar um cômodo da casa. “Reformar o ambiente com cores ousadas dá uma nova vida ao espaço. Pequenos detalhes fazem total diferença, como uma cor diferente ou algum adesivo decorativo, fácil de instalar e útil. Lojas de objetos usados ou ‘família vende tudo’ são opções acessíveis. Reformar mobiliário, como sofás e cadeira, apenas o tecido ao invés da peça toda, é uma alternativa a se pensar. Madeiras antigas, rústicas por exemplo, com um simples tratamento, como a patina, estão sendo muito usados e dão um toque a mais ao ambiente”, completa.
Madeiras rústicas dão um toque a mais ao ambiente (Foto: Divulgação)
André também oferece sugestões para a compra de plantas. “Para ambientes internos, algumas plantas não são muito recomendadas (espécies que precisam de luz do sol, por exemplo). Dependendo da planta, e do ambiente, no caso de locais mais clean e com tons claros, recomendados peças que deem contraste nesse. Para ambientes externos, como varandas, recomendamos mais cores, pois dá outra cara ao local. Nesse caso, pode-se usar uma vegetação mais imponente”, afirma.
Flores com toque de romantismo para o quarto do casal
*Revista Icasei.

Deixe sua casa mais charmosa com telefones antigos

Dia do telefone é celebrado no dia 10 de março
Quem nunca ouviu falar em Graham Bell? Nesta segunda-feira, dia 10 de março, é celebrado o dia do telefone, meio de comunicação que trouxe facilidades para as pessoas de diferentes regiões a partir do ano de 1876.
Aparelhos antigos oferecem requinte à decoração (Thinkstock)
Graham Bell foi o grande inventor do telefone, que muitos anos depois se desdobrou em diversos tipos de aparelhos, fixos e móveis. Com a invenção, a troca de informação ficou mais ágil e aproximou as pessoas.
Além disso, os aparelhos antigos se tornaram também uma forma de decoração para casa. Os mais antigos guardam com carinho aqueles telefones no estilo castiçal, imperador e nelphone. É fácil encontrá-los em antiquários e os preços podem variar de acordo com o modelo.
Confira abaixo:
Barão de coluna: telefone artesanal feito em madeira com peças de metal e campainha mecânica. O discador é embutido e o cordão pode ser em espiral ou tecido. O produto, do site de vendas Telefone Antigo, custa R$ 499. (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)
Barão de coluna: telefone artesanal feito em madeira com peças de metal e campainha mecânica. O discador é embutido e o cordão pode ser em espiral ou tecido. O produto, do site de vendas Telefone Antigo, custa R$ 499. (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)

Telefone do Conde: aparelho também feito em madeira com peças de metal e campainha mecânica. Pode ser adquirido nas cores preto envelhecido, imbuia e mogno. O telefone custa R$ 329,99 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)
Telefone do Conde: aparelho também feito em madeira com peças de metal e campainha mecânica. Pode ser adquirido nas cores preto envelhecido, imbuia e mogno. O telefone custa R$ 329,99 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)

Imperador: telefone de madeira com peças de metal e o discador fica embutido neste modelo. O aparelho custa R$ 349,99 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)
Imperador: telefone de madeira com peças de metal e o discador fica embutido neste modelo. O aparelho custa R$ 349,99 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)

Orelhão: este telefone lembra os antigos orelhões e pode ser instalado na parede ou em mesas. É ideal para jardins e áreas de lazer e funciona como um telefone normal, sem a necessidade de inserir ficha. Este orelhão custa R$ 499 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)
Orelhão: este telefone lembra os antigos orelhões e pode ser instalado na parede ou em mesas. É ideal para jardins e áreas de lazer e funciona como um telefone normal, sem a necessidade de inserir ficha. Este orelhão custa R$ 499 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)

Pitoco digital: aparelho feito em madeira com peças de metal e com teclado digital. A manivela é decorativa e serve apenas como enfeite. O bocal é móvel e pode ser ajustado de acordo com a altura do usuário. Vendido apenas na cor preto envelhecido, custa R$ 199 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)
Pitoco digital: aparelho feito em madeira com peças de metal e com teclado digital. A manivela é decorativa e serve apenas como enfeite. O bocal é móvel e pode ser ajustado de acordo com a altura do usuário. Vendido apenas na cor preto envelhecido, custa R$ 199 (Foto: Reprodução/Telefone Antigo)

Usar energia solar em casa vale a pena?

Saiba o que é preciso e quanto custa para transformar o calor do sol em energia elétrica
Embora seja um país tropical, o Brasil ainda não aproveita como poderia um de seus principais recursos naturais: o calor do sol. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) lista apenas 27 mini ou micro-estações geradoras de energia solar no País. Três delas são pontos comerciais e 24 são residências.
O tempo médio para retorno do investimento é de 16 anos (Foto: Shutterstock)
Na opinião da engenheira Lourdes Printes, diretora técnica da LCP Engenharia & Construções, uma das pioneiras na construção sustentável residencial no Brasil, em primeiro lugar é preciso que todos tenham a consciência de que a utilização correta e racional, tanto de energia elétrica como de água, é fundamental.
“Nestes últimos dias, com a enorme seca e o nível baixo de nossos reservatórios, percebemos o quão importante é a maior conscientização de toda a população para que cuidemos de nossos recursos”, avalia.
“Quando recebemos uma solicitação de projeto, imediatamente comunicamos ao cliente a importância da incorporação de metodologias que promovam o uso eficiente da energia e da água no projeto”, afirma. Ela cita algumas das opções que podem ser implementadas na fase de concepção do projeto:
- Projeto arquitetônico adequado às nossas condições climáticas, se possível com grandes aberturas para a entrada deluz. Porém, com proteção de brises ou aplicação de películas nos vidros, pois, da mesma forma que entra luz para os ambientes, também entra muito calor. O motivo é o fato de o vidro não possuir condição para ser usado como isolamento térmico entre os ambientes;
- Ventilação cruzada no projeto arquitetônico;
- Utilização de materiais construtivos eficientes, como o painel de argamassa armada com miolo de EPS para formar as paredes estruturais, que substituirão as alvenarias tradicionais (tijolo ou bloco). Isto proporciona isolamento térmico e acústico aos ambientes internos. Como consequência, há redução do uso de energia com equipamentos de refrigeração e ventiladores;
- Utilização de lâmpadas eficientes. São mais caras na compra, contudo, possuem custo pago em menos de um ano;
- Utilização de eletrodomésticos com selo Procel;

- Construir seguindo as boas técnicas da construção sustentável e os manuais e referenciais para o segmento residencial;
- Instalação de sistema de painéis solares para o aquecimento de água para os banhos. Isto é muito importante porque a energia gasta em chuveiros elétricos é um custo que pode ser evitado e reduzido nas residências;
- Instalação de painéis fotovoltaicos para a produção de energia, que é sempre feita de forma contínua, pois o sol sempre brilha e, por isso, temos claridade durante o dia. Portanto, essa energia gerada pode ser direcionada no projeto elétrico da residência para ambientes específicos, onde há muitos eletrodomésticos, como as cozinhas, por exemplo. Pode também ser direcionada para a iluminação de áreas externas.
A utilização de lâmpadas eficientes favorece muito o bolso (Foto: Thinkstock)
Custo e vantagens - Segundo a engenheira, em uma instalação do porte de 5,0 Kwp, o custo total de projeto, equipamento, instalação e contrato com a concessionária local é de aproximadamente R$ 60.000. “Não existem desvantagens, apenas a necessidade de inspeções preventivas periódicas e conservação. A principal vantagem é ter um sistema sustentável. O tempo médio para retorno do investimento é de 16 anos, independentemente do porte da instalação”, explica.
De acordo com Lourdes, em algumas das obras realizadas pela empresa em imóveis com cerca de 300 a 400 metros quadrados de área construída, a economia de energia foi de 73.106,80 MWh ao ano.
Para utilizar o sistema em uma casa já construída, é preciso que haja espaço disponível para a instalação da bateria de placas, que devem ficar voltadas para o norte, e que o local tenha ótima incidência solar todo o ano. “A energia fotovoltaica gerada não precisa estar voltada para pontos de consumo determinados, pois interage com o sistema da concessionária, gerando créditos que poderão ser consumidos em até noventa dias, não havendo necessidade de baterias”, detalha Lourdes.
Segundo Lourdes, uma maior capacidade instalada gera economia mensal maior. “A portaria 482 da Aneel permite que qualquer cidadão gere energia e conecte-se à rede pública de energia pagando a diferença entre a gerada e a consumida, se esta última for maior”, explica.