domingo, 13 de abril de 2014

Saiba como adaptar um jardim para portadores de necessidades especiais

É preciso ter cuidados com o piso, móveis e plantas para que o deficiente circule com segurança
Jardim para cadeirantes deve ser trabalhado de maneira especial (Foto: Thinkstock)
Jardim para cadeirantes deve ser trabalhado de maneira especial (Foto: Thinkstock)
Para fazer um jardim que seja 100% acessível aos portadores de necessidades especiais, como cadeirantes, primeiramente deve-se seguir à risca a NBR9050, segundo o arquiteto Eduardo Ronchetti.
Um dos cuidados diz respeito aos revestimentos, pois os pisos devem ser antiderrapantes. Hoje em dia existe uma gama de opções muito vasta no mercado. Ronchetti cita como um revestimento nobre e belo o piso de pedra natural travertino com acabamento flameado. “É como se a pedra não recebesse o polimento, ficando com porosidades que o ajudam a ser antiderrapante”, explica.
Piso antiderrapante é a melhor opção para locomoção dos cadeirantes (Foto: Thinkstock)
Piso antiderrapante é a melhor opção para locomoção dos cadeirantes (Foto: Thinkstock)
Outra opção é o piso fulgê, bastante poroso e antiderrapante, mas é preciso ter o cuidado de especificar que o material seja executado com certo limite de irregularidade, pois a trepidação deve ser muito leve para não prejudicar a circulação do cadeirante.
Para mobiliário não existe uma linha específica, tudo poderá ser utilizado, contanto que sejam seguidas as dimensões ideais estabelecidas na NBR9050. Os móveis devem estar dispostos no ambiente de forma que não atrapalhem a circulação. Caso o cadeirante queira se transferir para uma cadeira, por exemplo, o móvel deve ter a altura de 46 cm.
Cadeiras devem estar na altura ideal para que o cadeirante tenha mais facilidade (Foto: Thinkstock)
Cadeiras devem estar na altura ideal para que o cadeirante tenha mais facilidade (Foto: Thinkstock)
Para as plantas também não existe algo específico, segundo Ronchetti. “Mas sempre procuramos buscar com nossos fornecedores materiais mais texturizados, a fim de aguçar as sensações de uma pessoa com deficiência visual, por exemplo”, orienta. Além disso, é necessário procurar plantas que não atrapalhem a circulação, que não se transformem em obstáculos suspensos ou com raiz muito grande.
A arquiteta Laurimar Coelho complementa que o piso não pode ter interferências, deve ser plano para a cadeira circular livremente. O espaço deve ser largo para a manobra da cadeira. “Algo de, no mínimo, 1,5 metro quadrado para o cadeirante poder fazer curvas”, aconselha.
“As plantas escolhidas devem ser arbustos que tenham altura média na fase adulta para que o indivíduo possa apreciá-la e tê-las ao alcance das mãos. Pode-se fazer um jardim sensorial, com plantas das mais variadas texturas cores e aromas”, recomenda Laurimar.
Jardim deve ser livre de plantas que atrapalhem o caminho de deficientes visuais (Foto: Thinkstock)
Jardim deve ser livre de plantas que atrapalhem o caminho de deficientes visuais (Foto: Thinkstock)
Ela lembra ainda que plantas de folhas pontiagudas e com espinhos, de copas baixas e largas devem ser evitadas para não machucar o cadeirante.
“Para quem gosta de lidar com a terra, a dica é investir em jardineiras suspensas. Dessa forma, a base das plantas fica mais ao alcance das mãos.”
Horta deve ser suspensa para o manuseio do cadeirante (Foto: Shutterstock)
Horta deve ser suspensa para o manuseio do cadeirante (Foto: Shutterstock)
Quanto aos móveis, Laurimar lembra que algumas espreguiçadeiras são baixas e desconfortáveis para fazer a transferência da cadeira para o assento. “Opte por cadeiras do tipo padrão, mas que sejam apropriadas para jardins, mais resistentes à chuva e ao sol”, ensina. Segundo a arquiteta, há vários fabricantes especializados em mobília para áreas externas, com jardins e piscinas. “São móveis leves e há ainda as camas de jardim, que são muito confortáveis”, diz.

Prepare o seu jardim para o outono

Saiba quais são os cuidados a tomar para que suas plantas fiquem bonitas e saudáveis

O outono começa no dia 20 de março. Durante o verão, quando os termômetros registraram altos índices de temperatura, além das pessoas, que sofreram com o calor, quem mais sofreu foi o seu jardim.
Aposte em espécies que suportem o frio (Fotos: Thinkstock)
Com a chegada do outono surgem dias mais frios. Com as baixas temperaturas, é possível apostar em espécies que suportem o frio, como a azaléia, a sálvia e a quaresmeira.
Segundo Anselmo Augusto de Castro, professor do curso técnico em Paisagismo do Senac Santa Cecília, algumas plantas precisam ficar protegidas do vento e do frio.
“Crie barreiras contra o vento para as espécies recentemente plantadas”, orienta. Castro também explica que essa é a época limite para fazer o transplante de árvores e arbustos grandes.
Período é ótimo para realizar a limpeza e adubação no jardim
O momento também é ótimo para realizar a limpeza e adubação no jardim. Elimine insetos e ervas daninhas que possam ter invadido os canteiros e vasos. Folhas e galhos secos devem ser retirados. Uma boa poda é bem-vinda, inclusive a de manutenção de cercas vivas. É recomendável também dividir e replantar as touceiras muito grandes.

Castro recomenda retirar plantas de verão de ciclo curto, como petúnia e zínia. Folhas caídas devem ser recolhidas para preparar adubo verde (composto orgânico).
Limpe sempre a superfície de lagos ornamentais pois levam muita matéria orgânica à água
“Limpe sempre a superfície de lagos ornamentais. Retire o excesso de folhas, pois podem trazer muita matéria orgânica à água, propiciando o aparecimento de algas”, adverte. Ralos e calhas também devem ser limpos.
É preciso fazer a adubação de plantas perenes que florescem na estação
O professor explica que o final da estação é a melhor época para o plantio da maioria das plantas de bulbo que florescem no final do inverno e começo da primavera, como o narciso. Também deve ser feita a adubação de plantas perenes que florescem na estação, caso da flor-de-maio, e no inverno, como áster, azulzinha, boca-de-leão e calêndula.

Mantenha seu ar-condicionado limpo e evite problemas de saúde

Filtro do aparelho deve ser higienizado, pelo menos, uma vez por mês
Ar-condicionado é um aparelho indispensável em regiões que predominam o calor (Fotos: Shutterstock)
Ar-condicionado é um aparelho indispensável em regiões que predominam o calor (Fotos: Shutterstock)
Durante os dias quentes o ar-condicionado se torna o principal companheiro das famílias. Em empresas, o aparelho é quase obrigatório. A falta de limpeza e higienização é um dos principais responsáveis pela proliferação de doenças respiratórias, alergias, irritações e disseminação de odores desagradáveis no ambiente.
Segundo o diretor da empresa especializada em limpeza de ar-condicionado Doutor Clima, Alessandro de Castro, o aparelho capta o ar do próprio ambiente e passa por um filtro, normalmente de nylon lavável, para deixar o ar mais fresco. E é aí que mora o perigo.
“O filtro retém parte da sujeira e, quando o aparelho seca, nós temos a umidade com sujeira e calor. Esse é o principal combustível para a criação de microrganismo”, afirma Castro.
Com a higienização, o ambiente climatizado fica mais saudável, reduz o custo de energia, prolonga a vida útil do equipamento e evita a queima de compressores e motores, que têm alto custo para conserto.
De acordo com Castro, o cuidado básico é fazer a lavagem do filtro de ar, apenas com água, pelo menos uma vez por mês. Para isso, não há necessidade de pagar uma empresa para a realização do serviço, já que é um trabalho simples e de fácil manuseio.
Para ter um ar-condicionado ainda mais limpo e livre de bactérias, o ideal é fazer a limpeza completa duas vezes por ano. O Doutor Clima desenvolveu um método, feito na própria casa do cliente, que esteriliza e elimina os fungos e bactérias que se criam em ar-condicionado.
“Nós aplicamos água e um produto bactericida, não vendido em mercado, que elimina esses microrganismos”, diz o diretor.
A limpeza do ar-condicionado é necessária para evitar problemas de saúde
A limpeza do ar-condicionado é necessária para evitar problemas de saúde
De acordo com Castro, para o modelo Split é necessário limpar o filtro, a serpentina, a bandeja de água, que depois que seca vira bolor, e o ventilador. A Doutor Clima cobra por uma limpeza completa, realizada em todas as marcas e em apenas 45 minutos, o valor de R$ 149. Já os aparelhos maiores, de empresas, tem o custo de R$ 349.
Veja algumas dicas básicas para melhorar a qualidade do ar em sua casa e, também, em ambientes de trabalho:
1 – Proibir o fumo em ambiente climatizado fechado;
2 – Melhorar a renovação do ar. Para isso, basta deixar frestas nas janelas para entrada de ar no ambiente. Este simples procedimento melhora a qualidade do ar e evita a proliferação de doenças no ambiente;
3 – Deixar copiadoras e impressoras a laser de grande porte em um lugar separado e com sistema de exaustão exclusivo;
4 – Melhorar os procedimentos de limpeza. É recomendado não varrer superfícies fixas. A melhor solução é aspirar carpetes e promover a limpeza dos ambientes com produtos anti-bactericidas;
5 – Evitar vasos com plantas em excesso, que podem trazer problemas. Plantas e terra úmida favorecem a infestação de microrganismo no ambiente;
6 – Não utilizar ar-condicionado em obras e reformas. É imprescindível isolar o aparelho com plástico para evitar sua contaminação;
7 – Corrigir vazamentos e infiltrações de água. Focos de umidade contribuem para a proliferação de microrganismo;
8 – Limpar e higienizar o sistema de ar-condicionado pelo menos uma vez por mês.
Saúde - É inegável que o ar-condicionado climatiza, evita malefícios e deixa o ambiente mais agradável, mas também pode ser o principal motivo para algumas doenças. As pessoas sensíveis têm alergia, coceira na pele, sinusite, bronquite, asma e irritação nos olhos. Segundo Ciro Kirchenchtejn, pneumologista da Unifesp, os ambientes climatizados se tornam mais secos.
Higienização completa deve ser feita duas vezes por ano, com o auxílio de profissionais da área
Higienização completa deve ser feita duas vezes por ano, com o auxílio de profissionais da área
“Isso pode secar os olhos e dar mucos na traqueia, garganta e nariz. Se a pessoa usa lentes de contato, por exemplo, ela precisa pingar mais colírio. O ideal é tomar bastante água para manter a hidratação das vias aéreas”, afirma o pneumologista.
É comum ver ar-condicionado em regiões predominantemente quente. Para dormir, Kirchenchtejn sugere o uso de soro fisiológico para hidratação do nariz, evitando a entrada de bactérias.
“A pessoa que tem doença respiratória, como asma e rinite, pode ter mais crises pelo choque térmico e ressecamento quando o ar não está bem filtrado”, diz Kirchenchtejn. Outra dica é deixar a temperatura regulada entre 20 e 22 graus para manter a umidade do ambiente.

sábado, 12 de abril de 2014

Saiba qual é o cachorro de estimação ideal para cada imóvel

Morador também deve avaliar se o grau de atividade do animal condiz com seu estilo de vida

Muitos lares brasileiros não abrem mão de ter um cãozinho correndo pelos quatro cantos da casa e alegrando a vida da família. Porém, além de tempo e cuidado, algumas raças necessitam viver em ambientes adequados ao seu perfil e condições físicas. É por isso que até o tamanho ou a estrutura do imóvel pode influenciar a escolha do morador por um determinado cachorro.
Cães da raça Golden são ótimas companhias para donos de casas com quintais ou de apartamentos grandes (Fotos: Shutterstock)
De acordo com a veterinária Giuliana Tessari, da clínica Pet Center Marginal, os cães da linhagem Teckel devem ser evitados em casas que possuem escada, pois a raça tem predisposição a desenvolver problemas de coluna devido ao corpo alongado e as patas curtas. Logo, a tarefa de subir e descer os degraus pode prejudicar a saúde desse animal.
Donos de cães da raça Teckel também devem impedir que o animal tenha problemas de sobrepeso, já que esse fator acirra os problemas de coluna
Já o Shih Tzu e a Lhasa são recomendados para apartamentos com ou sem crianças, pois os bichinhos, além de brincalhões, são mais silenciosos, característica que pode evitar problemas com os vizinhos.
A veterinária Karina Apude, da Planet Dog Resort, diz que o morador sempre deve considerar se o grau de atividade do animal condiz com seu estilo de vida.  Cães da raça Border Collie, por exemplo, não são recomendados para apartamentos, pois costumam ser hiperativos. Logo, vivem melhor em casas com áreas externas amplas e com donos dispostos a encarar toda essa energia.
Cachorros da raça Border Collie têm energia de sobra e precisam de donos dispostos a oferecer passeios, alimentações diárias e banhos quinzenais
Para Giuliana, quem mora em apartamentos amplos podem arriscar um pouco mais e adquirir filhotes de porte médio e grandes, desde que sejam de raças silenciosas, como Goldens, Whippet, Dalmata e Chowchow. Karina completa a lista com Cocker Spaniel, Bulldog Inglês e Bulldog Francês.
O Bulldog Frances exige pouca atividade física e é uma boa opção para quem mora em apartamentos grandes

Sociável, o Cocker Spaniel precisa de passeios, mas vive bem dentro de casa
Os moradores de apartamentos compactos ou de casas sem quintais também contam com boas opções de cães de pequeno porte, como Malteses, Shih Tzu, Lhasa, Teckel e Spitz. Esses cachorros têm poucas chances de sofrer com o confinamento ou com o estresse.
O Spitz é um cãozinho que se satisfaz com atividades em casa ou pequenos passeios

O Shih Tzu e a Lhasa se adaptam bem a apartamentos e são ótimas companhias para as crianças

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Comprar imóvel em Inventário

É possível comprar imóveis que fazem parte de um inventário por morte do proprietário. 

Entretanto, faz-se necessário um cuidado maior com a documentação e o comprador deve estar ciente, também, de que só poderá fazer o registro do imóvel para o seu nome após o término do inventário.

A listagem dos bens da pessoa falecida (cujo termo técnico jurídico são as "primeiras declarações"), dependendo da quantidade de imóveis e outros bens pode demorar em razão de vários fatores,como organização dos documentos; se os imóveis estão ou não legalizados; se a pessoa falecida tinha a escritura de comprar e venda registrada ou somente a promessa de compra e venda ou mesmo apenas a posse sobre o imóvel; o que pode fazer com que o processo de inventário leve anos para chegar ao final. Dessa forma, o comprador fica inseguro até o fim do processo.

Há duas formas de inventário: o judicial e o extrajudicial. Ambas exigem a assistência de advogado, que apresenta as primeiras declarações e partilha dos bens do falecido entre os herdeiros, que serão entregues no cartório judicial (vara de órfãos e sucessões ou varas de família, se o processo tramitar em fórum regional) ou extrajudicial (ofício de notas). A partilha é a forma como será distribuída a parte de cada herdeiro a que tem direito sobre o espólio (acervo de bens da pessoa falecida). A diferença entre as duas formas de inventário (judicial e extrajudicial) é o tempo que leva para terminar. Enquanto o extrajudicial pode ser finalizado em 30 dias, a forma judicial pode levar meses ou, até, anos, pois pode envolver herdeiros menores de idade, incapazes; herdeiros que morem fora do Estado ou do país; pode haver imóveis fora do Estado onde faleceu o proprietário; pode haver testamento para ser cumprido antes da abertura do inventário, por exemplo.

É importante que se procure a assistência jurídica de um advogado especialista em inventários. O advogado não pode garantir ao cliente um prazo máximo ou mínimo para que o inventário termine, uma vez que não depende dele o trâmite do processo. O comprador deve ficar atento a alguns detalhes: 1) Verificar a situação do processo; que fases e documentação ainda falta serem apresentadas no processo; a situação dos herdeiros (se são todos maiores de idade; capazes; estado civil; se há dívidas do espólio; se toda a documentação do imóvel está regular perante o registro de imóveis e prefeitura; se há ações judiciais contra o falecido ou o espólio, principalmente, ações de execução fiscal (na justiça federal ou estadual) ou ação trabalhista ou ação cível (até mesmo de ação de vara de família) que possam levar o imóvel à penhora, pois, quem compra acaba pagando as dívidas que existem sobre o imóvel.



A compra de um imóvel que esteja em um processo de inventário por morte do proprietário exige a concordância de todos os herdeiros. A compra pode, até, ser negociada diretamente com os herdeiros, mas, é imprescindível a autorização judicial. O que traz uma segurança para o comprador. É o que os advogados especialistas em direito orfanológico recomendam, mesmo que a transação de compra e venda do imóvel que faz parte do acervo do espólio seja negociado antes da abertura do inventário entre o pretenso comprador e os herdeiros. A melhor forma e recomendável é que a transação seja judicialmente, com a autorização do juiz do inventário, pois se tem a garantia do bem.

O surgimento de um herdeiro, em algum momento da fase processual do inventário judicial, por exemplo, pode colocar em risco andamento do processo de inventário, pois a pessoa pode querer a parte dela e reclamar que o bem que ela tem direito foi vendido, chegando a requerer a anulação do processo de inventário.

É de suma importância que os herdeiros informem ao advogado do processo de inventário toda as informações referentes a todos os parentes, até mesmo aquelas consideradas irrelevantes, se o falecido tinha algum filho, fruto de relação extraconjugal; um dívida que exista e precisa ser paga, por exemplo. A maior dificuldade é se houver um contrato de venda particular do imóvel que os herdeiros não saibam e a pessoa que comprou tem uma posse/direito e ação sobre o bem, que não esteja averbada em cartório de registro de imóveis.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Cresce número de construtoras que fecham as portas e prejudicam mutuários

Consumidor só tem uma alternativa no caso de falência da empresa: formar comissão para assumir as obras

Para deixar de morar de favor, Lilia Aparecida, 28 anos, decidiu comprar um imóvel na planta na região do Itaquera, zona leste de São Paulo, em 2010, pela construtora Mudar — ex-patrocinadora de um quadro do programa Domingo Legal, do SBT.
Lilia, que é analista de departamento pessoal, planejava morar no apartamento novo em 2011, junto com o pai, que está com Mal de Alzheimer.
Pouco antes da data da entrega do imóvel, contudo, a construtora informou que o prazo iria aumentar. A data foi postergada mês a mês, até que o prédio parou de ser construído em 2012, na fase final de acabamento.
Com a interrupção, não só os mutuários ficaram sem os imóveis, como as unidades foram ocupadas por sem-teto."Moro de favor. A qualquer momento podem pedir para eu sair e não terei mais para onde ir com o meu pai", diz Lilia, que deu R$ 18 mil de entrada e teme não reaver o dinheiro.
Ao procurar a empresa, a analista descobriu que foi pedida a falência da construtora no Rio de Janeiro no início de março — o estopim para a mutuária decidir entrar com ação na Justiça. "Acabou com a minha vida. Achei que seria uma boa oportunidade para eu mudar de vida, como ela [a empresa] mostrava na televisão, mas acabei perdendo tudo", avalia.

Falência de construtoras
Casos como o de Lilia não são isolados. A quantidade de construtoras que faliram ou fecharam as portas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tem crescido nos últimos cinco anos.
Minas Gerais apresenta a situação mais grave. De acordo com a Junta Comercial, a alta foi de 150% — 118 construtoras fecharam [número que inclui falências] em 2008, contra 295 no ano passado.
No Rio de Janeiro, enquanto 128 construtoras fecharam as portas em 2008, em 2013 esse número aumentou para 162 — uma alta de 26,5%, informa a Junta Comercial.
Em São Paulo, o número de falências de construtoras aumentou de dois casos em 2012, para três em 2013. Em relação a 2010, o número manteve-se igual, segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo.
O pior ano em termos de quebra de construtoras foi em 2011, quando sete construtoras pediram falência no Estado.
De acordo com Marcelo Tapai, advogado especialista em questões imobiliárias e presidente do Comitê de Habitação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), a Mudar tem obras inacabadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão — todas com foco em mutuários de baixa renda.

O que deve ser feito
"A única coisa que os mutuários podem fazer caso não receberam o dinheiro é se organizar em assembleia e formar uma comissão de compradores para questionar e comandar o andamento das obras", explica o advogado.
Processar a companhia por danos morais e materiais é alternativa também, mas o pagamento só ocorrerá após a ordem de preferência da Justiça. Ou seja, depois de trabalhadores e impostos — o que pode não compensar para o mutuário (confira 7 dicas de como se proteger no quadro abaixo).
A auxiliar contábil Raquel Nascimento, de 31 anos, entrou com ação por danos morais e materiais contra a Mudar, após comprar imóvel no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, em 2011, e até hoje não ver a construção avançar do primeiro andar.

Falência de construtoras em São Paulo

Quantidade de empresas que fecharam as portas desde 2011
Fonte: Jucesp
"É uma grande frustração ter perdido R$ 15 mil e o sonho do imóvel próprio. Tinha casamento marcado em 2012, mas acabei casando no ano seguinte para morar de aluguel", recorda.
Procurada pelos telefones informados no site e por e-mail, a Mudar não se manifestou.
Já o Siqueira Castro Advogados, que cuidava da construtora, deixou de atender a conta por falta de pagamento. Por este motivo, segundo Fábio Kurtz, sócio da empresa, o escritório pediu falência da Mudar no Rio de Janeiro há 20 dias. "Agora, o juiz é quem vai decidir o futuro da construtora", afirma ele.

O famoso caso da falência da Encol
O caso mais famoso de falência de construtoras foi o da Encol, em Goiânia. A construtora pediu concordata em 1997 e teve a falência decretada, deixando 710 prédios inacabados e 42 mil mutuários sem os imóveis.
Sem previsão de receber indenização da empresa, muitos mutuários decidiram assumir a construção dos imóveis, formando associações para dar continuidade às obras.
Segundo Caroline Machado Ferreira, advogada responsável pela massa falida, a falência da construtora está em sua fase final.
"Vamos levantar os débitos trabalhistas para depois ver se sobra dinheiro para pagar o dinheiro dos mutuários", afirma ela.
O contador Arnaldo Barata, de 49 anos, comprou um apartamento da Encol em 1996, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Com a falência da construtora, ele e outros moradores tiveram de formar uma comissão para pedir alvará para outra construtora terminar as obras do prédio.
Resultado: o imóvel só foi entregue em 2010. "Morei com parentes, de aluguel e até cheguei a comprar outro imóvel. Tive três endereços diferentes até o meu apartamento ficar pronto", recorda o contador.
De acordo com o mutuário, o processo contra a construtora foi movido coletivamente e não houve pedido de danos morais e materiais.
"Só queria que meu imóvel ficasse pronto porque já tinha pago 50% dele [hoje, o apartamento vale R$ 850 mil]. Quando a empresa quebrou, fiquei a ver navios", retrata o contador.

Como se prevenir da falência de construtoras

1- Averbar o registro de promessa de compra e venda à matrícula

2- Conferir no contrato se existe patrimônio de afetação (ele desvincula o imóvel do patrimônio da empresa) 

3- Checar o histórico da construtora no Procon e em sites de defesa do consumidor

4- Conferir a saúde financeira da construtuora antes de fechar negócio

5- Buscar um advogado para auxiliá-lo na leitura do contrato

6- Conferir o andamento de outras obras da construtora

7- Conversar com mutuários de outros empreendimentos


Fontes: Tapai Advogados e Associação Nacional dos Mutuários 

domingo, 30 de março de 2014

6 dicas para o procedimento na venda de um imóvel


Todos os proprietários de imóveis devem estar cientes de que no momento em que ocorra a decisão de comercializar seus bem, vários compromissos e atitudes devem ser tomados. 

Abaixo listamos 6 dicas de como proceder na hora de vender seu imóvel: 

1 – Solicite a opção de vendas (contrato de corretagem com exclusividade), documento este que além de ser uma obrigatoriedade para que o corretor anuncie o imóvel, conforme disposto no art. 16, item XVIII, da Lei 6.530 de Maio de 1978/Resolução 458/95 – COFECI, é fundamental para aumentar o valor do imóvel; 

2 – Disponibilize todos os documentos necessários e exigidos legalmente para que seja executada a venda do seu imóvel, ou seja: IPTU, ônus reais, Justiça Federal e Comum e Cartório de Distribuição; 

3 – Faça um acordo prévio de quem se responsabilizará pelo pagamento dos impostos do imóvel durante o tempo em que o imóvel estiver à venda, como: IPTU, condomínio, água luz, etc.; 

4 – Sempre que houver confirmação do negócio por meio do pagamento de um sinal, peça maiores informações à imobiliária quanto a Lei de Arras, documento previsto no art. 1095 do Código Civil Brasileiro que garante o aumento da segurança de ambas as partes durante a compra; 

5 – Examine o contrato minuciosamente antes de assinar qualquer documentação e não admita afirmativas e promessas não escritas; 

6 – Procure exigir que o pagamento seja realizado com moeda corrente e/ou cheque administrativo.

sábado, 29 de março de 2014

Reformas ganham norma técnica e terão que ser submetidas à análise profissional

Essas normas visam evitar obras clandestinas que coloquem em risco o condomínio e a vida da população


A partir do dia 18 de abril, todas as reformas de imóveis que alterem ou comprometa a segurança da edificação ou de seu entorno precisará ser submetida à análise de um profissional, podendo ser construtora, incorporadora, projetista, engenheiro ou arquiteto. 

A norma indica a consulta prévia ao incorporador ou responsável técnico pelo projeto original da edificação ou, na falta deles, a um profissional habilitado, para saber quais as condições da construção e o que precisa ser feito. “O controle do processo é fundamental”. Além de fazer os projetos e identificar os responsáveis por todas as fases da obra, é preciso registrar tudo isso, documentar e arquivar os papéis. 

A norma orienta ainda o proprietário ou responsável legal pelo prédio a informar em detalhes o usuário ou o síndico sobre o plano de manutenção a partir da reforma. “A norma não serve só para os condomínios. É também para as demais edificações, como um prédio locado para vários inquilinos", destaca Pina. “O texto define as condições de manutenção, que não podem cessar nem durante a obra. A reforma não pode bloquear as rotas de fuga e as saídas de emergência”, aponta. 

Depois da análise, o síndico ou a administradora, com base em parecer de um especialista, poderão autorizar com ressalvas ou proibir a reforma, caso entendam que ela irá colocar em risco a edificação. 

As normas técnicas, que foram determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), visam evitar obras clandestinas que coloquem em risco a vida da população. 

Fim do Amadorismo 

A nova norma esquematiza as etapas da obra e lista os requisitos para antes, durante e depois de uma reforma em um prédio ou em uma unidade. Ela afasta definitivamente o chamado “‘Zé da colher’, o faz-tudo, o curioso ou o amadorismo” e “privilegia a boa técnica”.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Faça você mesmo: um cabideiro de madeira envelhecido

Confira cada passo da técnica que utiliza apenas alguns pedaços de MDF, tinta e ferramentas básicas
Com apenas alguns pedacinhos de madeira e um pouco de criatividade é possível ter uma peça totalmente reformada dentro de casa. Confira as dicas da artesã Veronica Kraemer do blog ‘Além da Rua Atelier’ e faça você mesmo um cabideiro de madeira com aparência de demolição.
Cabideiro (Fotos: Divulgação/Além da Rua Atelier)
Passo a passo do cabideiro:
Lista de material:
- MDF e compensado
- Serra Tico-tico
- Tinta PVA
- Água Raz
- Betume da judéia
- Trena
- Pincel
- Tinta esmalte a base de água
- Trincha
- Lixa 60
De acordo com a artesã, o primeiro passo é separar os pedaços de madeira (MDF e compensado) e cortar. Se você não tem como cortar, algumas lojas de materiais de construção e até um marceneiro fazem isso por você.
2 – Em seguida, pinte os pedaços de madeira de branco. É preciso pintar os dois lados
3 – Depois do fundo branco, vamos aplicar o betume da judéia
4 – Depois da peça seca, vamos à pátina. Aplicar tinta esmalte a base de água
A pátina é bem simples. Basta molhar a trincha (que é um pincel mais largo) na tinta e depois tira o excesso na lata mesmo, como se estivesse secando o pincel. Ele fica com bem pouca tinta. Daí, você vai passando bem levemente, suavemente, seguindo sempre a mesma direção. Parece complicado mas é só treinar um pouco. Quando a tinta da trincha acabar, repita o processo.
É possível fazê-lo branco, mais escuro ou utilizar várias cores

5 – Depois de seco, é só fazer o desenho que quiser
Para finalizar é só usar a lixa 60 para dar um ar envelhecido, colocar os ganchinhos para pendurar o quadro na parede e os da frente.