terça-feira, 12 de novembro de 2013

Transforme janelas antigas em objetos de decoração

Saiba como reaproveitar peças que não usa mais em casa ou de demolição
O jornalista Mauricio Bonas tem um hobby especial: criar peças de decoração a partir de janelas e portas de demolição. Ele começou esse trabalho há alguns anos como uma brincadeira para os fins de semana, e continua sendo assim até hoje.
Ele conta que a primeira que fez foi a soma de necessidade e prazer estético. Ele encontrou uma janela gigante, de quase 2 metros de altura, em uma caçamba e, na época, precisava de um espelho para um quarto em casa.

Se for para uso em ambientes internos, é recomendado o uso de cera de carnaúba em barra, pois mantém a coloração da madeira e, ao mesmo tempo, protege contra oxidação (Foto: Mauricio Bonas)
“Ela era perfeita. Peguei da caçamba e fiz. Além de ter sido divertido, amigos e parentes começaram a me pedir coisas semelhantes. Agora, talvez porque não aguentem mais ganhar janelas espelhadas, meus amigos começaram a trazer outras pessoas interessadas nas peças. Então o hobby continua, mas também vendo as peças”, relata.
Bonas tem janelas de demolição de fazenda com 90, 100 anos. Para ele, o desenho delas e a forma como a madeira foi moldada as tornam especiais, assim como o tipo de madeira. “Já tive uma de pinho de riga, o que me parece incrível, e há ainda o toque que elas ganham com o tempo. Com um culo, a madeira é algo macio, aveludado, embora mantenha a estrutura e a força particulares”, explica. Segundo ele, há peças incríveis também mais recentes, em especial de casarões dos anos 1940 e 1950 demolidos em bairros tradicionais como o Brooklin, feitas em madeira de lei.
“Basicamente o que faço é espelhar as janelas, substituindo os vidros por espelhos, ou usá-las como suporte para fotos e, em alguns casos, acrescentar caixas para colocar plantas, por exemplo.”

Outra dica é substituir os vidros por espelhos, ou usá-las como suporte para fotos e, em alguns casos, acrescentar plantas, por exemplo (Fotos: Divulgação)
O jornalista explica que não pinta nem força a criação de um suposto registro ‘antigo’ de tinta. “Busco nela sua história. Normalmente há cinco ou seis camadas de tinta, além de uma extra de poluição, e o bacana é retirar essas deposições do tempo até que a peça se mostre como ela é – com suas imperfeições, sua vivência, as cores que teve, a marca que alguém lá atrás nela fez.”
Passo-a-passo
Normalmente, Bonas começa retirando os vidros e limpando a massa e os preguinhos que os seguram. É um trabalho às vezes chato, mas importante: o local em que os vidros estão encaixados vai ser o berço de espelhos ou fotos e deve estar bem limpo, plano e sem resíduos.
Para essa limpeza, ele usa um alicate de bico arredondado, para os preguinhos, e formão para a massa. Uma chave de fenda larga também serve. É comum alguns vidros se quebrarem, mas não há nada a fazer.
O segundo passo é lixar. A primeira lixada, dependendo da quantidade de tinta sobreposta, pode ser mais rude. Ele usa lixadeira elétrica nessa fase, mas com lixa fina e sem muita pressão. É uma forma de evitar que todas as camadas sejam retiradas. Se a ideia é ter a madeira crua apenas, lixa grossa é o ponto.

Se o uso for externo, ao tempo, é recomendável aplicar verniz náutico transparente, fosco, que normalmente não afeta a coloração da madeira
A lixadeira, que pode ser uma dessas manuais compradas em casas de materiais de construção, só serve para as superfícies planas. Os detalhes e reentrâncias devem ser lixados manualmente. Bonas usa um toquinho de madeira envolvido em lixa para isso.
Em alguns casos, dependendo do efeito que se quer, uma boa ideia é usar os cacos de vidro da própria janela para raspar a tinta. É especialmente bom quando foi usada tinta a óleo muito grossa. Ela sai mais fácil e dá um efeito bom, com falhas, que ficam bonitas. Vale também, para o mesmo efeito, usar um raspador de tinta, que custa menos de R$ 10 em qualquer loja de material de construção.
Lixar é um processo longo e seu limite é o visual que se queira ter. “É um tipo de arqueologia: vá raspando até chegar ao lugar que agrade. No meu caso, gosto de deixar partes de todas as camadas e, claro, da própria madeira”, orienta. Detalhes, como puxadores metálicos, ficam ótimos.
Quando o processo de lixar e raspar está completo, ele limpa com um pano bem molhado ou, no limite, lava a peça. Depois, deve-se deixar secar bem e, se estiver tudo ok, rever os encaixes, colando com cola de madeira se necessário ou repregando, e acabar com carunchos ou cupins – que, aliás, são muito raros.

Esta opção é um contraponto interessante à tendência que boa parte das pessoas tem de optar por janelas de alumínio ou plástico
Para finalizar, se a peça for ter uso interno, ele usa apenas cera de carnaúba em barra. Ela mantém a coloração da madeira e, ao mesmo tempo, protege contra oxidação. Se o uso for externo, ao tempo, é recomendável aplicar verniz náutico transparente, fosco, que normalmente não afeta a coloração da madeira. O verniz às vezes é necessário – um cliente, por exemplo, pediu a ele uma janela espelhada grande, com vários ganchos para pendurar toalhas e coisas assim, e a instalou na parede ao lado de uma banheira de hidromassagem.
Por fim, coloque os espelhos – ou vidros, caso se queira usar para fotos. Melhor levar a peça a uma vidraçaria e pedir que cortem. Essas peças antigas por vezes são irregulares, e eles sabem como trabalhar com isso. A fixação se dá com micropregos e, por cima, massa de vidraceiro. Deixe secar por dez dias pelo menos antes de colocar a peça na vertical. Outra opção de acabamento é usar uma pequena moldura de madeira. Fica bem melhor que a massa, mas é um custo a mais e, no final, ninguém vai ficar olhando atrás da janela.
Decoração interna ou construção
Além de decoração interna, peças de demolição são incríveis para novas construções nas quais se queira dar um toque campestre. Para um consultório, Bonas recuperou um par de portas-balcão, deixando-as com um jeitão bem original, e o resultado é uma entrada deslumbrante no local – ficou com uma pegada provençal.
Outro cliente construiu uma cozinha caipira externa em sua casa e optou por ampla área envidraçada. O jornalista recuperou para ele cinco janelas dos anos 1950 e duas portas-balcão ainda mais antigas, que ficaram ótimas em conjunto com tijolos aparentes.
Esse uso é um contraponto interessante à tendência que boa parte das pessoas tem de optar por janelas de alumínio ou plástico em suas casas, muitas vezes substituindo as antigas.
Há muito que fazer com material de demolição. No fundo, como em tudo, o limite é a imaginação.
Outras dicas
Bonas recomenda que, quem quiser se aventurar pela brincadeira, pense em investir quatro a cinco dias em cada peça caso tenha muito tempo e energia livres, ou 10 a 15 se trabalhar sem pressão.
Espelho custa caro. Não tem mágica a respeito, exceto se usar material plástico ou similar – mas distorce a imagem e não tem vida útil longa – ou se comprar em fábrica, mas então é preciso ser em boa quantidade e ter instrumentos para cortar vidro. As variam entre R$ 250 e R$ 1.000.

Veja qual coifa comprar e como instalar em casa

Peça purifica o ar da cozinha, trazendo mais qualidade de vida e inclusive aumentando a vida útil do mobiliário do ambiente
A escolha da coifa deve ser realizada a partir do projeto da cozinha, levando em consideração o estilo e a cor dos armários, se haverá bancada em ilha ou na parede e se a peça terá sistema de exaustão ou depuração.

Segundo Helio Levcovitz, gerente de comunicação da Falmec do Brasil, a instalação pode ser realizada de duas formas: exaustão ou depuração. No modo exaustão a coifa aspira a fumaça para a área externa da cozinha (com a instalação de dutos).
Não há diferença de coifas para casas ou apartamentos, o que influencia muito é o projeto da cozinha (Fotos: Divulgação)
No modo depuração, a coifa aspira a fumaça, que é filtrada pelos filtros metálicos e pelo filtro de carvão ativado. “Neste caso, o ar retorna para o ambiente filtrado e limpo”, explica.
Levcovitz explica que não há diferença para casas ou apartamentos, o que depende muito do projeto da cozinha. O ideal é que, no projeto de arquitetura, já seja contemplada a instalação da coifa e dos dutos para exaustão (se for o caso), além do ponto elétrico.
De acordo com Levcovitz, as coifas Falmec e Arix estão disponíveis em diversas medidas: 60, 80, 90 ou 120 centímetros. Os produtos podem ser instalados em ilha ou parede sobre os fogões ou cooktops.
“Hoje a coifa é fundamental para manter o ambiente livre de fumaça, vapores e odores do cozimento. A coifa purifica o ar do ambiente da cozinha, trazendo mais qualidade de vida e inclusive aumentando a vida útil do mobiliário da cozinha. Atualmente muitos projetos integram a cozinha e a sala, criando um ambiente de convivência e encontros com a família e com os amigos.”
Os produtos podem ser instalados em ilha ou parede sobre os fogões ou cooktops
Benedito João Miguel, proprietário da Arte Coifas, diz que, para escolher a coifa, é preciso levar em conta a vazão. “A coifa precisa ter, no mínimo, 10% a mais de vazão do que a metragem cúbica do ambiente”, alerta. Além disso, segundo ele, a peça deve ficar a 1,70 m do chão, no eixo do fogão, e a tomada deve estar centralizada a 2,30m do chão.
De acordo com Miguel, os preços variam de R$ 600 a R$ 25.000 (nesse caso, com design bastante diferenciado).
Limpeza
Manter a coifa sempre limpa, com filtros em boas condições, livre de crostas de gordura, é muito importante para que ela tenha uma longa vida.
Manter a coifa sempre limpa, com filtros em boas condições, livre de crostas de gordura, é muito importante para que a coifa tenha uma longa vida
Por ser fabricada em aço inox ou vidro temperado, ela está livre da corrosão natural, mas ainda assim necessita de alguns cuidados especiais.
- Antes de começar a limpeza, desligue o disjuntor.
- Não use, em nenhuma hipótese, produtos abrasivos (palhas de aço, por exemplo) ou produtos de limpeza em pó, pois sua utilização poderá causar danos irrecuperáveis ao aço inox.
- Tenha especial cuidado ao limpar o painel da coifa e as serigrafias com as indicações de funções e velocidades. Utilize somente um pano macio, água e detergente neutro (isso é muito importante) e seque bem. Evite esfregar as serigrafias.
- Não faça movimentos circulares e obedeça ao sentido da escovação (textura) da chapa inox.
O ideal é que, no projeto de arquitetura, já seja contemplada a instalação da coifa e dos dutos para exaustão (se for o caso), além do ponto elétrico
- Para a parte externa da coifa, use sempre um pano macio e limpo, com detergente neutro, e seque muito bem.
- Para manter o brilho do aço inox, recomenda-se o uso de produtos específicos, como o Brilha Inox 3M ou vaselina líquida diluída.
- A parte interna da coifa deve ser limpa com querosene. Após a limpeza, deve-se secar muito bem a peça, que só deverá ser religada depois de completamente seca.
- Os filtros metálicos têm como função reter as partículas de gordura em suspensão e devem ser retirados e lavados pelo menos uma vez por semana.
- Para lavar os filtros metálicos, use somente água quente e detergente neutro. Antes de colocar esses filtros de volta na coifa, verifique se eles estão totalmente secos. É possível limpá-los na lava-louças (não utilizar secante e abrilhantador).
- Os filtros de carvão ativado servem para retirar as partículas com odores mais fortes e resíduos sólidos do ar que passou através dos filtros de alumínio e será novamente lançado no ambiente da cozinha. Os filtros de carvão não podem ser lavados, devendo ser substituídos a cada três ou quatro meses, dependendo da utilização da coifa.
A coifa deve ter perfeito funcionamento em relação à sucção da fumaça, que pode ser feita de forma natural ou forçada por meio de exaustor específico
Churrasqueira
No caso de coifa para a churrasqueira, Marcio Gemignani, diretor-técnico da Largrill, explica que a peça deve ter perfeito funcionamento em relação à sucção da fumaça, que pode ser feita de forma natural ou forçada por meio de exaustor específico e corretamente dimensionado.
“Outros itens, como design, material utilizado e cores, são secundários e escolhidos de acordo com a preferência do comprador”, avalia.
Segundo ele, existem vários modelos e formatos, sendo alguns específicos dependendo do local e situação em que serão instaladas. “Podem ser para churrasqueiras de centro, normalmente com saída de duto superior, ou de canto, com saída de duto lateral, porém sempre há diversas opções de acordo com cada situação”, explica.
Gemignani diz que o preço médio para uma coifa por volta de 1 m de comprimento, completa, com iluminação e exaustor, fabricada em aço inox 304 escovado ou em cores com pintura eletrostática, varia de R$ 2.800 a R$ 3.400.
A instalação é bastante simples, pois as coifas vêm prontas e montadas. Normalmente, são necessários apenas quatro parafusos com buchas específicas, sendo que a instalação ser feita a qualquer momento, não dependendo da construção da churrasqueira.
Assim como a coifa utilizada na cozinha, a limpeza é muito simples e pode ser feita com detergente e esponja quando necessário, normalmente após cada churrasco.
Gemignani ressalta que coifas e exaustores para churrasqueiras são específicos, pois são completamente diferentes de coifas e exaustores para fogões. “Além do calor emitido pelo braseiro, a fumaça gerada por um churrasco é gordurosa e pesada, diferentemente do cozimento em fogões, situação em que a fumaça é produzida por vapores leves e pouco gordurosos”, reforça.

Saiba como escolher a melhor banheira para a sua casa

Conheça vários tipos que estão no mercado e saiba como escolher
Atualmente, há no mercado produtos em formatos, tamanhos e materiais bem variados. Além disso, há soluções que possibilitam formas de instalação mais simples.
Em relação aos estilos, os mais comuns são o contemporâneo, com peças de linhas retas e formas limpas, e o vitoriano, em que as banheiras são apoiadas sobre pés estilizados (Fotos: Divulgação)
O espaço livre, no entanto, continua sendo um pré-requisito fundamental para instalar uma banheira, mesmo que não seja necessariamente tão amplo quanto o exigido antigamente. Mas é essencial que isso seja verificado antes da compra.
Segundo o arquiteto Augdan de Oliveira Leite, cada formato se adéqua ao tamanho do banheiro. De acordo com Gilberto Dantas, proprietário da loja Mundo das Banheiras, há opções para todos os gostos e bolsos.
“A menor banheira, para uma pessoa, tem 0,90 metro de comprimento, 0,70 m de largura e 0,60 m de profundidade. Já o maior spa do Brasil mede 3 m x 3 m e é uma peça para áreas externas, com capacidade para 11 pessoas”, explica.
Os produtos têm vários estilos, materiais, acessórios e a forma de instalação também pode variar. Em relação aos estilos, os mais comuns são o contemporâneo, com peças de linhas retas e formas limpas, e o vitoriano, em que as banheiras são apoiadas sobre pés estilizados. Há também versões mais tecnológicas, que incluem sistemas de hidromassagem e iluminação específica, com cromoterapia, por exemplo.
Quanto aos materiais, há agora modelos com superfícies lisas, que facilitam a limpeza, como o acrílico, a fibra de vidro, as rochas vulcânicas e os compostos que aliam minerais e acrílicos como o Corian
Quanto aos materiais, antes as opções se limitavam à porcelana ou à madeira, ao ferro ou cobre, ao mármore e ao aço esmaltado. Agora também existem compostos mais leves e com superfícies lisas, que facilitam a limpeza, como o acrílico, a fibra de vidro, as rochas vulcânicas e os compostos que aliam minerais e acrílicos como o Corian.
Na opinião de Dantas, o consumidor tem de ficar atento e não pesquisar apenas pelos preços. “O melhor material é o acrílico lucite”, acredita. Ele recomenda que, antes da compra, o cliente pesquise a idoneidade da empresa em sites como o Reclame Aqui.
“As banheiras podem ser colocadas facilmente em casas, apartamentos, chácaras, sítios e coberturas”, diz Dantas. Segundo ele, os preços podem variar de R$ 1.500 até R$ 90.000.
Augdan alerta que não se deve colocar o chuveiro dentro da banheira. “É perigoso escorregar e é preciso lembrar-se de que, se alguém na casa ficar doente e precisar tomar banho nesse banheiro, será mais difícil entrar na banheira para usar o chuveiro.”
O arquiteto considera que o ideal para um casal é ter um banheiro onde caiba a banheira, um box com dois chuveiros, a bacia em espaço separado e uma bancada com duas cubas.
A limpeza deve ser feita, em média, duas vezes por semana, e deve ser feita apenas com água e sabão neutro
Para a instalação, Augdan recomenda que seja contratado um profissional especializado. “Se não for feito um bom assentamento, com o uso frequente, o peso da água e o da pessoa, a banheira pode rachar”, alerta.
Limpeza
Segundo Augdan, a limpeza deve ser feita, em média, duas vezes por semana. “Deve-se lavar bem a banheira e depois passar um pano umedecido com álcool na parte interna para higienizar”, ensina.
Dantas explica que a limpeza do casco dos equipamentos deve ser feita apenas com água e sabão neutro. “Para limpar as tubulações, basta encher a banheira ou spa com água quente, um pouquinho de cândida, um pouquinho de álcool e ligar a hidro por 10 minutos, período em que a sujeira da tubulação se desprenderá”, aconselha.

Saiba como organizar o cantinho dos animais de estimação

Eles precisam de local adequado para comer, dormir e fazer suas necessidades
Você mora em casa ou apartamento e tem um animal de estimação? Então você deve saber que ele precisa ter um espaço só dele, um local adequado para comer, descansar, dormir, fazer necessidades e até mesmo brincar.

O cantinho dedicado aos gatos deve estar sempre limpo e organizado (Fotos: Mon Liu)
Afinal, quando você está triste, ele é o primeiro a consolá-lo, ficando por perto sempre carinhoso e solidário. É ele que dá o alerta quando percebe algo errado ou pressente o perigo…
Na opinião da designer de interiores Mon Liu, os gatos nunca vêm para a sua vida por acaso. “São independentes, delicados e extremamente sensitivos. Adoram tapetes e almofadas aconchegantes. O gato pertence à casa. Gostam de cantinhos apertados, seguem uma rotina, estranham pessoas que não conhecem”, diz.
Segundo Mon, os felinos, que não obedecem a comandos quando não estão com vontade, precisam sempre de água limpa e um pote com areia para as necessidades básicas. O cantinho onde ficam precisa estar limpo, organizado e arrumado. “Eles se irritam com facilidade. Precisam de um arranhador. Os brinquedos são os mais simples possíveis, como novelo de lã e bolinha de papel”, acrescenta.
Os cachorros são mais dependentes que os gatos. Afetivos, protetores, muito amigos dos seres humanos. Gostam de interação e brincadeiras, sentem ciúmes e escolhem um dono na casa. Têm facilidade de serem adestrados, servindo de guia para portadores de necessidades especiais. A fidelidade e a lealdade são características deles e cada raça tem o seu temperamento.
Casinha do cachorro foi adaptada embaixo da escada
O arquiteto Augdan de Oliveira Leite, que tem cachorro no apartamento onde mora, procura deixá-lo na lavanderia. “Eu acho melhor delimitar o espaço do cachorro. Para dormir, ele tem o cestinho ou caminha. Os potes de água e ração têm o lugar certo, longe de onde ele faz as necessidades”, afirma.
Alguns veterinários aconselham que três principais locais de uso do animal devem ser pré-estabelecidos pelo dono: onde irá dormir, onde irá comer e onde será seu banheiro. Esses locais, como estão dentro da casa ou do apartamento, devem ser em áreas distintas. O animal deve se alimentar em local sempre distante da área onde ele fará suas necessidades.
O pote de ração pode ficar na cozinha, na copa ou na área de serviço. As vasilhas de alimento e água devem ser higienizadas depois que o animal comer.
O local onde o animal faz suas necessidades, onde fica seu jornal, tapete higiênico ou caixinha de areia, deve ser mantido sempre limpo. É recomendável que seja um local fácil de limpar, como a lavanderia. Quem mora em casa com quintal ou que tenha área de serviço externa pode colocar o banheiro do animal ali.
O ideal é que o animal tenha como aproveitar as áreas externas
Não é recomendado que o animal durma na cama com seus donos e, se possível, é melhor evitar que ele fique até no mesmo quarto. A caminha pode ser colocada na sala ou em algum quarto extra da casa. O ideal é que o animal tenha uma almofada, colchonete, cesto, manta ou qualquer material que possa protegê-lo do frio, calor ou umidade que possa vir do piso.
Também é importante que o bichinho tenha um espaço para seus brinquedos e, no caso do gato, o arranhador. É bom deixar um ou dois dos brinquedos preferidos do pet dentro de sua casinha ou onde ele passa mais tempo, como na sala. Ao manter o cão entretido, os brinquedos ajudam a evitar que filhotes mordam e estraguem móveis da casa.

Aprenda como fazer um sofá com pallets e fique na moda

Peças de pallets estão em alta para a produção de móveis artesanais, mas é preciso atenção na hora de escolher


Os pallets estão sendo cada vez mais aproveitados na decoração da casa (Fotos: Divulgação)
Utilizar produtos alternativos na decoração da casa pode deixar o ambiente mais agradável e aconchegante. E se há um item que está sendo cada vez mais aproveitado são os pallets. Esses suportes de madeira utilizados em empresas para transportar e armazenar caixas podem ser reaproveitados na confecção de peças que vão dar um toque despojado na sua decoração.
Eles podem ser utilizados na confecção de estantes, mesa ou sofás. O exemplo que mostraremos nesta matéria são os sofás. Pode parecer estranho, mas eles ficam muito bonitos e diferentes, além de serem muito mais baratos do que os modelos comuns. Mas como nem tudo é perfeito, é preciso tomar alguns cuidados, principalmente com a compra da madeira.

O ideal é que o pallet tenha a madeira tratada
Segundo a arquiteta Laurimar Coelho, o ideal é que o pallet tenha a madeira tratada. “Como originalmente eles são peças para transporte de cargas, portanto com madeira de baixa qualidade, significa que pode estar infestada por cupins”, alerta. Peças com cupins geralmente vêm com furinhos de onde sai o pó da madeira pela ação dos insetos, e algumas partes ficam ocas e soltam lascas.
“A dica é contar com a ajuda de um bom marceneiro, que poderá identificar o tipo da madeira e se passou por algum tratamento, como verniz ou outro produto selante”, explica.
Outro alerta refere-se à altura. “Para ter altura ideal para que as pessoas posam sentar-se confortavelmente será preciso empilhar mais de uma peça, mas se o objetivo é fazer uma espécie de tatame, somente uma é suficiente”, afirma Laurimar.

Para dar um charme aos móveis feitos de pallets prefira almofadas com estampas mais alegres
Para complementar o sofá é necessário utilizar almofadas ou futons e, segundo Laurimar, a confecção é simples. “Qualquer bom tapeceiro de estofados está capacitado a fazer”.
Usei e adorei – A administradora de empresas Daniela Chaves queria trocar o sofá, mas não podia gastar muito, foi então que pensou em fazer seu próprio sofá de pallet. “Em vez de ir a uma loja fui a um centro de abastecimento na cidade em que moro e consegui dois pallets de 1 metro x 1,20 m por R$ 20 cada”, lembra.Ela alerta ainda que, como são peças rústicas, devem fazer parte de uma decoração com esta linguagem e o uso de estampas alegres ou florais cai bem. “Os tecidos indicados são os resistentes, como algodão, jeans e até lona de caminhão”, acrescenta.
Depois disso, Daniela aplicou o verniz, reaproveitou dois colchões que estavam sem utilização, escolheu um tecido bem moderno, com listras de branco e preto, e levou para a costureira. “Comprei um rolo de cabeceira, algumas almofadas coloridas para compor a decoração e pronto, estava lá meu sofá novo, prático e barato”, conta.
Loja de pallets – Segundo Luiz de Paula, sócio-diretor da Pallets de Paula, a procura por pallets tem sido bem grande porque, na maioria das vezes, esse tipo de sofá sai até dez vezes mais barato que um comum.
A loja vende pallets novos e usados. O novo de 1 m x 1,20 m sai por R$ 21, e o usado com a mesma medida custa a partir de R$ 7.
Faça o seu sofá – Veja algumas dicas de como construir seu próprio sofá de pallets que a artista plástica Bianca Barreto e a paisagista Sueli Pacci dão no site Madame Criativa.

Investir em uma decoração de pallets é perfeito para quem quer economizar
Passo-a-passo:
1-Em local arejado comece a lixar as superfícies retas dos pallets. Use lixadeira e comece com lixa número 60, que é mais grossa.
2-Perceba onde levantaram farpas e lixe as farpas com uma grosa (ferramenta metálica parecida com uma lima).
3-Lixe e arredonde todas as quinas.
4-Aplique a primeira demão de tinta esmalte sintético com rolo nas partes planas.
Atenção: se a madeira for muito porosa, vai absorver muita tinta e será necessário passar duas ou três demãos. Se, ao lixar, perceber que a madeira é assim, passe selador antes de começar a pintar. O selador faz com que a madeira absorva menos tinta. Vale a pena usar selador se a tinta que você for usar for cara.
5-Com uma trincha, pinte as partes irregulares, as emendas e outras áreas que o rolinho não alcançou. Seja paciente novamente, pois são muitas emendas.
6-Espere secar e, se houver necessidade, passe outra demão.
Pronto! Agora é só escolher o estofado!

Deixe o lavabo da sua casa mais charmoso

Lavabos não têm as mesmas características de um banheiro convencional. É o banheiro que deve ser utilizado por suas visitas e devemos pensar na decoração também em função do espaço.
Espelhos e iluminação embutida ajudam a dar um ar mais sofisticado aos lavabos (Fotos: Divulgação)
“Uma boa dica é usar papel de parede e investir em um lavatório diferenciado, com acabamento em pedra nobre e cuba esculpida, por exemplo”, sugere a arquiteta Laurimar Coelho.
Na opinião da arquiteta, esse espaço também pode ganhar uma torneira especial, de design arrojado. “Espelhos grandes, que vão do frontão até o teto, e iluminação embutida ajudam a dar um ar mais sofisticado”, complementa Laurimar.
Outra sugestão da arquiteta é caprichar na escolha da papeleira e da lixeira.
“Opte por peças elegantes em inox e de tamanho reduzido, por exemplo. E evite furar as paredes. Compre peças que ficam sobre o piso. Toalhas de tecido podem ser substituídas por porta-papel toalha sobre o tampo do lavatório”, recomenda.
Outra aposta pode ser nas cubas esculpidas em pedra, bancadas em madeira e papel de parede como revestimento
Para a arquiteta Elaine Delegredo, um item que não pode faltar é o odorizador de ambientes. “Pode ser de qualquer tipo, mas ao entrar no lavabo, que geralmente não tem janela, temos uma excelente impressão quando ele exala um odor agradável”, comenta.
Outra dica interessante de Elaine é que os papéis higiênicos que estiverem de reserva estejam embrulhados em um tule com um lacinho ou com um papel de seda para que fique um embrulho protegido e charmoso.
Espaço também pode ganhar uma torneira especial, de design arrojado (Foto: J.Vilhora)
A arquiteta Ana Rozenblit também aposta nas cubas esculpidas em pedra, bancadas em madeira e papel de parede como revestimento. “Como é um banheiro sem uso de água quente, não há problemas de umidade em relação ao papel de parede”, avalia.
Segundo Ana, caixinhas ou baús são sempre bem-vindos para armazenar o estoque de papel higiênico, toalhas ou até uma pasta e escova de dente.

Propriedade de imóvel só é garantida com o registro no Cartório de Imóveis

No processo de compra e venda de imóvel é comum as pessoas pensarem que basta assinar um contrato entre as partes para que toda a negociação esteja efetivada e reconhecida. O que a maioria não sabe é que somente quando a transferência é realizada e registrada no cartório de imóveis é que o comprador torna-se juridicamente proprietário.

Para que esse procedimento seja realizado, uma das prioridades é que anteriormente ao contrato, as partes tenham feito uma escritura pública de compra e venda em qualquer cartório de títulos e notas.

“O direito do comprador só está garantido com o registro no cartório de imóveis. Não havendo esse documento corre-se o risco do vendedor negociar diversas vezes um mesmo imóvel e só será proprietário, de fato, aquele que o registrar primeiro. Além disso, a pessoa fica protegida da perda do imóvel por questões anteriores a sua compra”, enfatiza o presidente da Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo (ARISP), Flauzilino Araújo dos Santos.

Conheça alguns pontos a serem observados no momento de registrar o imóvel:

• O comprador deve solicitar, antes de realizar a compra, uma matrícula atualizada do imóvel para verificar a sua atual situação e se não existe gravame que impeça o registro. Podem ser pedidas também ao comprador certidões diversas (de feitos ajuizados, cíveis, criminais etc), que visam principalmente aferir se existe demanda judicial referente ao imóvel adquirido;

• Se o imóvel nunca tiver sido habitado, o comprador deve solicitar a planta hidráulica e elétrica, que normalmente encontra-se em poder do síndico;

• Exija a documentação do imóvel e do vendedor e guarde as certidões negativas anteriores à compra;

• Independente do tipo de imóvel, para o registro é exigido o documento (escritura ou contrato com alienação) e pagamento do imposto (ITBI) e das demais taxas de cartório. O valor médio das despesas é de 5% sobre o valor dos imóveis;

• Para ser proprietário de fato do imóvel, é fundamental encaminhar a elaboração da escritura ao escrevente do Cartório de Notas e registrar o imóvel no Cartório de Registro de Imóveis. Somente após o registro obtém-se o direito real sobre o imóvel. Com o imóvel registrado, pode-se efetuar a transferência do IPTU para o nome do novo proprietário.

Fonte: Site Paranashop

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Favelas do Rio entram no mapa oficial da cidade e morador terá endereço com CEP

Valor Econômico, Renata Batista, 08/nov

Visíveis de vários pontos da cidade, mas com geografia bastante diferentes dos bairros tradicionais, 12 territórios ocupados por algumas das mais conhecidas comunidades de baixa renda do Rio - as conhecidas favelas cariocas - só agora vão começar a entrar de fato no mapa da cidade.

Um projeto do Instituto Pereira Passos (IP? ), responsável pelo Programa UPP Social, percorreu 56 comunidades identificando, em cada uma delas, as vias que são usadas para a circulação no interior das comunidades e conferindo nomes e numerações, quando existem.

O resultado desse trabalho são os mapas, que serão usados pela prefeitura para encaminhar, Câmara dos Vereadores e aos Correios, os processos necessários para estabelecer a representação oficial das favelas e atribuir oficialmente nome, numeração e Código de Endereçamento Postal (CEP) para os moradores.

"Parece bobagem, mas endereço é um item básico de cidadania. Em muitas dessas comunidades, o serviço de entrega de correspondência, por exemplo, está nas mão s de associações de moradores, ou de pessoas que assumiram esse papel por boa vontade. O endereço é fundamental até para acessar alguns serviços da prefeitura, como os da Central de Atendimento 1746", diz a presidente do IPP,Eduarda La Roque. Como base cartográfica para o desenvolvimento do projeto foram adotados os mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre as comunidades incluídas no projeto estão algumas das mais conhecidas da cidade, como Babilônia e Santa Marta, na zona sul, Providência, na região central, e Borel, Andaral e Cidade de Deus, na zona norte.

Para desenvolver a primeira etapa do trabalho, o WP recrutou 57 moradores das próprias comunidades. Todos foram treinadas com o apoio da organização não governamental Redes de Desenvolvimento da Maré, parceira do IPP no projeto, para criar um mapa mais próximo possível da realidade das favelas.

A fase de checagem e identificação de logradouros foi finalizada em 12 territórios, que contemplam 56 comunidades. Outros 4 territórios, que incluem 27 comunidades, estão passando por revisões pontuais. Dois territórios, com sete comunidades, estão em reviião pela Redes de Desenvolvimento da Maré. Em 4 territórios, com 31 comunidades, o levantamento ainda está em andamento. Oresultado do trabalho ex . põe o complexo contexto geográfico dessas localidades. É o caso da travessa conhecida co no São Luiz, na comunidade de Andard, que passa por baixo de uma casa e continua por um es: cada apertada. A nova representação das favelas do Rio de Janeiro já está em mão s da Secretaria Municipal de Urbanismo para ser incorporada à base oficial de endereços da cidade. Além dos mapas, foram identificados e catalogados to: dos os nomes atribuldos a cada um dos logradouros existentes. A próxima etapa é enviar os projetos para Câmara dos Vereadores e para os Correios. A diretora do Instituto Pereira Passos explica que o trabalho enquadra-se na geração de informação qualificada do programa UPP Social, um dos três "eixos" do programa. Os outros dois referem-se à provisão de serviços públicos e o desenvolvimento de alternativas econômicas e sociais. "Sem informações, não conseguimos desenvolver os serviços e a economia", afirma Eduarda, que criou uma diretoria de desenvolvimento de favelas IPP.

Incorporação Imobiliária: validade do prazo de tolerância deve ser regulamentada


O mercado imobiliário brasileiro tem passado por um processo de crescimento vertiginoso, principalmente na última década, depois de um grande período de estagnação (na década dos anos noventa). Isso ocorre por vários fatores, dos quais podemos citar a estabilidade econômica verificada nos últimos anos, a elaboração por parte do governo federal de políticas de incentivo ao setor, como o programa Minha Casa, Minha Vida e as políticas de concessão de crédito para aquisição da casa própria, além das, não tão recentes, alterações legislativas que acarretaram maior segurança jurídica para a realização de investimentos neste segmento econômico (como alienação fiduciária em garantia de bens imóveis e as demais normas regulamentadoras do mercado de capitais).
Tal aquecimento do setor é, sem dúvida, benéfico, pois combate diretamente o déficit habitacional brasileiro, calculado em mais de 5,4 milhões de habitações, gera empregos e movimenta o mercado de financiamento. Mas esse movimento também teve seu lado negativo.
O Brasil não estava totalmente preparado. Enquanto as empresas do setor comemoravam o aumento gradual e constante do número de unidades comercializadas, verificou-se a escassez de mão de obra qualificada e a falta da matéria-prima para a conclusão de parte das obras.
Isso acarretou atraso na entrega de unidades em todo o país. Como consequência, algumas práticas comerciais adotadas pelas empresas do setor há muitos anos passaram a ser questionadas, inclusive pelo Ministério Público, dando origem a um número expressivo de ações judiciais e à instauração de procedimentos de investigação.
Uma das práticas contestadas, extremamente relevante, refere-se à validade jurídica da cláusula contratual que prevê, em favor das incorporadoras, uma tolerância de até 180 dias para a conclusão das obras dos empreendimentos imobiliários, além do prazo contratual previsto inicialmente: o chamado prazo de tolerância.
Sobre esta questão, deve-se ter em mente que o processo de desenvolvimento de empreendimentos imobiliários é algo extremamente complexo. Agrega a coordenação de um número expressivo de fornecedores, execução de serviços distintos e é um processo sujeito a intervenções e influências externas, das mais diversas naturezas. São estes motivos que tornam a previsão dessa “tolerância” tão essencial para as empresas do setor.
A previsão do prazo de tolerância não é recente. Justamente o contrário. É uma condição consolidada e amplamente utilizada (inclusiva sobre a vigência do Código de Defesa do Consumidor) e, em momento algum, pode ser interpretada como uma afronta a qualquer disposição das normas aplicáveis à matéria — uma vez que não faculta ao incorporador prorrogar o prazo para a entrega da obra conforme sua conveniência e por período indefinido. Trata-se de um prazo de pleno e prévio conhecimento do adquirente.
Em uma tentativa de disciplinar a questão, o Secovi/SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) celebrou com o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça do Consumidor, em 26 de setembro de 2011, um Termo de Ajustamento de Conduta, pelo qual o MP reconhecia a validade do prazo de tolerância, prevendo-se penalidades pelo atraso na conclusão das obras. Contudo, esse TAC não foi homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, permanecendo a matéria sem qualquer orientação.
No Congresso Nacional tramita o Projeto de Lei 178/2011, de autoria do deputado Eli Correia Jr., que visa alterar a Lei 4.591/64, ao inserir o artigo 48-A, para tornar nula de pleno direito, qualquer disposição referente ao prazo de tolerância para a entrega de obras, bem como para instituir multas contra as incorporadoras nas hipóteses de atraso no cumprimento dessa obrigação. A alteração legislativa proposta, mais radical, foi elaborada com base exclusivamente na preocupação com o adquirente da unidade autônoma, sem qualquer consideração com as reais necessidades das empresas do setor e sobre seus impactos, uma vez sancionada.
Em apenso, existem outros dois projetos de lei, o de 1.390/2011, de autoria do deputado Manoel Júnior, que visa instituir tolerância para o atraso na entrega de imóvel de no máximo 90 dias, e o projeto 2.606/2011, de autoria do deputado Aureo Ribeiro, que visa disciplinar o a aplicação das multas às construtoras e às incorporadores no caso de atraso na entrega das obras e que limita o prazo máximo de tolerância em seis meses.
Este último projeto, com algumas ressalvas, é o mais condizente com a realidade do mercado. Todavia, a questão das penalidades previstas — a saber, indenização de 2% do valor do contrato atualizado a partir do término do prazo de carência e multa moratória de 1%, calculado sobre o mesmo valor, a partir do decurso do prazo para a conclusão das obras (independentemente do prazo de carência) — talvez precise ser repensada e reajustada em busca da proporcionalidade.
O Tribunal de Justiça, em decisões recentes, tem se posicionado, na maioria das vezes, pela validade do prazo de carência em contratos desta natureza. Contudo, em razão da existência de uma corrente contrária à validade dessa condição comercial, é provável que a questão ainda gere grandes debates até que, finalmente, seja editada norma regulamentadora.
Daniel Cardoso Gomes é advogado especializado em Direito Imobiliário e sócio do Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados. Fonte: Revista Consultor Jurídico, 8 de novembro de 2013

Corretores devem ter vínculo empregatício com Imobiliária


A atividade de corretagem de imóveis é regulamentada por lei própria - Lei 6.530/78 – sendo que o corretor de imóvel é aquele que exerce a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária. Igualmente, é obrigatório que o corretor de imóvel seja inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci)  para poder exercer livremente sua profissão. 
Porém, até a presente data, em que pese exista lei própria regulamentando a profissão – deveres/obrigações – bem como exista órgão representativo de classe – Creci – a maioria dos corretores de imóveis que trabalham para imobiliárias não tem qualquer direito trabalhista garantido, laborando de forma precária e sem qualquer proteção jurídica em face do seu empregador, sendo estes tratados como trabalhadores autônomos. 
Nesse aspecto, destaca-se que independente do tipo de profissão - ou como ela é denominada - a legislação trabalhista é clara ao dispor que considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
Isso posto, não resta qualquer dúvida que o corretor de imóvel que trabalha para determinada imobiliária – no caso o real empregador - que tenha superior ou superiores hierárquicos e que cumpra ordens, horários e regramentos internos das empresas e ainda, perceba comissão de vendas/aluguéis realizados para clientes da respectiva imobiliária é considerado empregado nos termos da lei trabalhista em vigor. 
Assim, não há que se falar em trabalho autônomo do corretor de imóvel quando todos os requisitos do vínculo empregatício estiveram presentes na relação entre empregado – corretor – e empregador – imobiliária. 
Igualmente, é de se notar que a assinatura de documento – contrato de trabalho autônomo - pelo corretor de imóvel com a imobiliária que atesta que este labora em atividade autônoma não tem validade alguma nos termos da atual legislação trabalhista se for comprovado todos os requisitos acima descritos - princípio da primazia da realidade. 
Frise-se para que não reste qualquer dúvida. 
Se o corretor de imóvel comprovar que detinha todos os requisitos do vínculo empregatício, será considerado empregado e detentor dos direitos laborais instituídos na norma celetista e convencional. 
Dessa forma, é preciso que a precariedade do trabalho como corretor de imóvel – que é corriqueira nos dias de hoje – seja modificada, garantido para esses profissionais todos os direitos da legislação trabalhista, tais como:

(i) Registro na CTPS;
(ii) Contrato de Trabalho;
(iii) Férias;
(iv) 13º salário;
(v) Descanso semanal remunerado;
(vi) Salário mensal respeitando o piso da categoria;(vii) Recolhimento de verbas previdenciárias e fundiárias;
(viii) Horas extras nos trabalhos realizados em jornadas superiores ao determinado em lei;
(ix) Benefícios sindicais;(x) Dentre outros.

Importante destacar ainda que algumas Turmas dos Tribunais Regionais do Trabalho – em especial o da 2ª Região/São Paulo – estão entendendo dessa forma, ou seja, diversas imobiliárias que não respeitam a legislação trabalhista em face de seus corretores – empregados - são condenadas ao pagamento retroativo de todos os direitos laborais destes, inclusive valores de cunho rescisório em casos de desligamento sem justa causa. 
Por todo o exposto, não resta dúvida que tanto empregados quanto empregadores devem atuar nos termos da legislação em vigor. 
O empregado - corretor de imóvel - que labora para determinada imobiliária deve cumprir com o seu trabalho, nos termos da lei que regulamenta a profissão e sempre socorrido e assistido por seu conselho de classe e respectivo sindicato. 
Igualmente, deverá o corretor de imóvel respeitar os regulamentos internos da imobiliária onde trabalha, bem como, atentar-se às ordens e diretrizes de seus superiores hierárquicos. 
Por outro lado, o empregador – imobiliária - assumindo os riscos da atividade econômica, admitindo o corretor de imóveis, lhe pagando remuneração por meio de comissão – salário - e dirigindo a prestação pessoal de serviço como bem lhe convier, deve atentar-se a normal trabalhista e efetuar e garantir todos os direitos ao seu empregado, ora o corretor de imóvel.

Alan Balaban Sasson é sócio da área trabalhista do escritório Braga & Balaban Advogados, especialista em Direito do Trabalho e diretor do Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico.


Fonte: Revista Conjur