Os síndicos que ficam vários anos no cargo por conta de procuração
Sempre que se fala em condomínios alguns de nós
sentem até arrepios só de lembrar dos problemas, desavenças e aumento de
despesas que são apresentadas nas assembleias.
Com relação a posição de sindico (cargo eletivo)
não diria que é comum, mas com certeza posso afirmar que existem muitos
casos em que os mesmos cumprem sucessivos mandatos, quase como se fosse
um cargo vitalício.
E um dos motivos mais fortes é a ausência de
participação dos condôminos em assembleias, conforme citamos no
parágrafo anterior. Isso acaba sendo um “prato cheio” para quem quer se
perpetuar no cargo.
Ele se vale dos argumentos de que há vários
aborrecimentos e contratempos, além dos problemas com legislação e
funcionários, mas que ele está sempre a disposição de defender os
interesses de todos e que tem tempo (hoje em dia tão precioso), e assim
solicita procurações e vai sendo eleito sucessivamente.
Para que este cenário não se repita por várias
vezes, há que se regulamentar na Convenção ou Regimento interno,
dependendo de cada condomínio, a quantidade limite de procurações por
cada condômino. Isso dificultaria essa “ditadura” dentro do condomínio.
Mas, de novo, isso só vai acontecer e fazer sentido com uma participação mais efetiva e numerosa dos condôminos.
As pessoas precisam se convencer que a
participação de todos ou pelo menos da maioria, é fundamental para que
as deliberações aconteçam, de fato, de acordo com a maioria ou quórum
especifico de acordo com o assunto, o patrimônio seja de fato mantido em
sua saúde física e financeira, entre outros.
Afinal cada um de nós comprou o imóvel como
consequência de uma poupança, muitas vezes forçada, e não podemos nos
descuidar da manutenção e valorização deste patrimônio.
Deixar para depois alguma ação importante que precisa ser tomada, relaxar na tomada de preços por já ter conhecimento de fornecedores, perder o senso crítico por já está acostumado com determinada não conformidade, tornar alguns procedimentos informais além do que deveria. Isso tudo pode trazer danos de toda sorte ao condomínio.
Entendemos que o melhor cenário é um rodizio em relação a posição de síndico, bem como do Conselho Consultivo.
É importante que os condôminos passem pela
experiência nos cargos administrativos do condomínio, e assim, além de
entenderem melhor as dificuldades dos cargos, contribuam a favor do
patrimônio de todos.
Ou então optem pela alternativa de uma gestão
com “Síndico Profissional”, pessoa física ou jurídica, e em
contrapartida participem do Conselho para acompanhar de perto esse
modelo de gestão. Mas reforçamos a importância da participação de todos
conforme citado no início deste parágrafo.
Citamos abaixo, para exemplificar, uma situação
em que um condômino se perpetuava no cargo de síndico, e que a
mobilização de todos a favor de mudanças, e consequentemente
”oxigenação” da gestão são fundamentais.
Em um determinado condomínio um dos moradores tinha várias procurações para se eleger, mas não o suficiente.
Então decidiu montar uma estratégia com outra
moradora, que tinha várias procurações, da seguinte forma: eles
simulavam uma divergência de opiniões e ao longo da assembleia, sem que
ninguém percebesse caminhavam para um consenso e o sujeito sempre se
reelegia. Foi difícil mudar esse cenário, mas os condôminos conseguiram.
Vida em Condomínio não é fácil, pois temos que
lidar com as diferenças entre nós e nossos vizinhos, sem que
necessariamente haja o certo ou errado, apenas diferenças.
Boa sorte e sejamos tolerantes acima de tudo.
Fonte: http://www.administradores.com.br/
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